Nas últimas décadas tem-se assistido que as escolas de Educação Infantil buscam proporcionar um bem-estar e uma ótima qualidade relacionada ao espaço, ensino e desenvolvimento das crianças. Entretanto, crianças com limitações em determinadas áreas ainda sofrem desafios de aceitação por parte das escolas, e , quando aceitas, deparam-se muitas vezes com profissionais não qualificados e escolas mal preparadas, acabando por inserir ao invés de incluir no ambiente educacional. A Mielomeningocele (MM) e Hidrocefalia (HC), malformação congênita da coluna vertebral do feto durante o período intrauterino e acúmulo de líquido Cefalorraquidiano no cérebro, respectivamente, estão inseridas neste aspecto por trazer consequências relacionadas à visão, audição e déficits neuromotores e cognitivos. Todavia, com tratamento profilático, apropriado e o acesso a outros serviços necessários, como a educação, as histórias destes sujeitos podem ser mudadas, capacitando-os de maneira física, mental e social para a vida. Este trabalho tem como objetivo discutir a MM e a HC no setor educacional a partir de um relato de experiência e de superação referidos a um aluno de Educação Infantil com sequelas da MM em uma Instituição de Ensino privada localizada no Recife-PE. Especificamente, abordar a MM e a HC no processo de inclusão de alunos com sequelas da MM nas escolas, relacionar o caso abordado no artigo com pesquisas realizadas sobre o tema, avaliar o processo de evolução da criança relatada sob os aspectos metodológicos realizados, além de quebrar os mitos e paradigmas mantidos sobre a doença e suas consequências. Tratando-se de um relato de experiência esta pesquisa tem caráter qualitativo, baseada metodologicamente em pesquisas bibliográficas com autores que tratam sobre o tema, além de uma pesquisa de campo, com abordagem prática, observacional e descritiva junto a um aluno da escola com HD e sequelas da MM, em uma escola privada de Educação Infantil localizada no Bairro da Várzea, região Metropolitana do Recife- PE, durante o período de Agosto de 2016 a Setembro de 2017. Foram utilizados estímulos orais e visuais, aliados à práticas dialógicas com repetição e identificação de imagens e palavras com letras em bastão, dispostos em cards, além de jogos em MDF e EVA. Foi possível observar que através das práticas oferecidas e aplicadas a E.F.A.A., a linguagem oral foi adquirida rapidamente, facilitando assim o seu processo de comunicação e interação nos âmbitos escolar e social. Percebeu-se também que E.F.A.A. tem um processo de memorização muito destacado em relação aos demais colegas de classe e crianças da sua idade, provavelmente por utilizar a memória de longo prazo em suas aprendizagens. As sequelas da MM serviram de ponte para o seu sucesso escolar, rompendo com os nervos preconceituosos e limitantes que a sociedade impõe sobre as crianças que passam por este processo. A partir disso, recomenda-se estudos mais aprofundados sobre o tema, pois a relação da MM e da HC com crianças de Educação Infantil ainda são escassas.