No ensino básico o grande desafio, após a ampliação do acesso das novas tecnologias por jovens e adultos, é atrair a atenção dos discentes em sala de aula. O uso de novas tecnologias associado às práticas pedagógicas pode ser uma iniciativa válida, mas deve contemplar o cotidiano dos discentes, o que nem sempre é conseguido com a aquisição de pacotes tecnológicos desenvolvidos por empresas sediadas nas regiões Sudeste e Sul do Brasil. Não se pode negar que estes instrumentos metodológicos têm atrativos e favorecem o desenvolvimento de ações educativas em sala de aula, mas ainda faltam relações com o cotidiano do aluno, principalmente dos residentes nas regiões Nordeste e Norte do Brasil. A busca por uma educação de qualidade no Brasil tem fomentado a propositura de reformas curriculares da educação básica, onde as diretrizes curriculares nacionais e os parâmetros curriculares nacionais são alguns dos documentos balizadores. Na área de Química um dos critérios definidos no Plano Nacional do Livro Didático do Ensino Médio, com vistas ao fomento da alfabetização científica e tecnológica, é a incorporação das interações entre a Ciência, Tecnologia e a Sociedade ao longo dos conteúdos apresentados em sala de sula. Este trabalho teve como objetivo apresentar uma experiência no ensino de Química contextualizada com o cotidiano dos discentes, como ferramenta metodológica para melhoria da aprendizagem e da redução da evasão dos discentes do ensino médio na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Clementino Procópio localizada no município de Campina Grande, Paraíba, Nordeste do Brasil. O trabalho se caracterizou como sendo de cunho qualitativo, onde foram utilizados como pressupostos teórico-metodológicos elementos da etnografia escolar, nos segundos e terceiros anos do ensino médio, no período de março de 2014 a novembro de 2016, com participação de 162 discentes de oito turmas distintas. Nos dois primeiros bimestres foram realizadas avaliações por meio de provas objetivas e subjetivas. A partir do segundo bimestre iniciamos as discussões em sala de aula para iniciarmos um novo método de trabalho. Desde então a participação e a frequência em sala de aula melhoraram consideravelmente. O desenvolvimento de ações educativas contextualizadas dentro e fora do ambiente escolar foram bonificadas nas avaliações. Os resultados obtidos indicam que houve um aumento de 27,7% no rendimento médio das turmas no terceiro bimestre em relação ao primeiro bimestre e uma redução de 34% das faltas após a participação nas ações educativas contextualizadas com o cotidiano dos discentes. O rendimento médio do terceiro bimestre (7,7) supera a média geral do período avaliado das turmas (6,86) em 12,26%. De acordo com os resultados obtidos concluímos que a participação dos alunos no processo de decisão das ações que devem ser trabalhadas em sala de aula favorece o comprometimento, a motivação e a participação em sala de aula, para uma efetiva alfabetização científica dos conteúdos abordados no livro didático. A utilização de uma metodologia apoiada por meio da participação efetiva dos discentes favoreceu significativamente o aprendizado e a manutenção dos discentes em sala de aula e na escola.