Descobrir a vocação para o trabalho a partir da sala de aula se constitui numa etapa importante do aprendizado, onde as questões do mundo, do trabalho, as descobertas a partir do meio ambiente e a aplicação prática dos resultados, constituem um ciclo virtuoso de vivência educacional importante. Esta pesquisa objetivou apresentar, desenvolver e colocar em prática experiências vividas em sala de aula, através da atividade lúdica de pintura para estimular o desenvolvimento da capacidade motora e criativa do aluno da EJA, usando terra como matéria-prima, manipulada artesanalmente, numa proposta sustentável, fazendo-os perceber que a geração de renda pode estar muito próxima da sua realidade, em lugares em que menos se espera e sem impactar o meio ambiente. O trabalho desenvolveu-se em duas etapas: aplicação de um questionário para entender a percepção e o conhecimento dos alunos sobre o solo, apresentação de palestras educativas sobre a temática e organização de uma vivência de pintura com tinta de terra, evidenciando uma das potencialidades do recurso natural trabalhado em sala de aula. Os resultados evidenciam a ausência de conceitos que os alunos apresentam sobre solos e mostram o despertar do interesse desses atores socais pela temática ao perceber a possibilidade de atividade artesanal com geração de renda a partir da proposta de pintura com tinta de terra. Considera-se portanto que a experiência com pintura com tinta de terra na perspectiva de desenvolvimento da educação para a cidadania, surge como estímulo à prática pedagógica na EJA ao tempo em que permite a valorização e preocupação com o recurso natural ‘solo’, imprescindível face ao avanço da degradação, em especial nas condições do Semiárido e pela possibilidade de geração de renda e promoção do desenvolvimento sustentável.
Palavras-chave: EJA, Solo, Pintura, Economia Solidária.