Este artigo apresenta um relato de uma experiência docente, cujo objetivo foi discutir as questões de gênero no espaço escolar, mediante uma sequência didática realizada com alunos/alunas da 3ª série A do Ensino Médio, no turno matutino numa escola estadual localizada no interior da Bahia, na disciplina de sociologia. Nesse sentido, insere-se no campo das pesquisas qualitativas e como método optamos pela utilização das (des)construções, através dos movimentos de territorialização, desterritorialização e reterritorialização (DELEUZE E GUATTARI, 1995; 1997); a opção advém por esses serem elementos basilares da cartografia que sustentam nossos constructos epistêmico-metodológicos e também por ela se inserir na perspectiva de romper com os paradigmas tradicionais nas ciências humanas e sociais trabalhando com a ideia de sujeitos descentrados e de identidades fragmentadas (HALL, 2015); por esse motivo, ela é pós-crítica, pós-estruturalista e pós-moderna. O referencial teórico centrou-se na leitura de LOURO (2016), SCOTT (1995; 1998), BUTLER (2016) e outros/a autores/a aos quais buscamos referências para fortalecer nossos diálogos. Considerando, o exposto, é valido ressaltar que as temáticas apresentadas nos resultados desse estudo advêm da experiência com o campo empírico bem como através das leituras realizadas, culminando em três movimentos básicos suprecitados, a territorialização tida como o que os alunos já sabem (conhecimentos prévios), a desterritorialização (as discussões) e reterritorialização (novas construções). Diante dessas considerações, salientamos que o processo de análise dos dados foi realizado através da cartografia, cuja principal caracterização é a descrição e valorização dos processos bem como seus resultados/produtos, incidindo no fortalecimento, engajamento e empoderamento tanto dos sujeitos como do/a pesquisador/a. Os dados serviram de base para discutir as “construções e (des)construções do conceito de gênero e suas implicações na escola diante de um cenário de incertezas” caracterizado por colocar em discussão a visão dualista e essencialista, trazendo à tona um movimento de diálogo aberto que verse por uma educação multicultural, a defendamos e busquemos essa operacionalização no contexto escolar.