Este trabalho é um recorte da minha pesquisa de mestrado, ainda em andamento, que se propõe a dialogar sobre os sujeitos jovens da Educação de Jovens e Adultos (EJA) a partir de como estão sendo significados nos discursos docentes. No percurso da investigação senti necessidade de dialogar com a EJA através dos eixos espaço, memória e sujeitos, portanto, trago neste texto estas reflexões. Me apoio na Teoria do Discurso, proposta por Ernesto Laclau e Chantal Mouffe para basear tal pesquisa. No que se refere ao eixo espaço, assumindo que as turmas da modalidade encontram- se nas periferias, marcadas pelo estigma da negatividade, que influenciam discursos que legitimam processos de segregação de direitos, chamo atenção para desnaturalizá- los, visto que são processos que se estabelecem por negociações discursivas e, portanto, é possível propor outras relações mais justas sob estes territórios . Para pensar no eixo memória, são sinalizados alguns elementos de configuração da educação para adultos e jovens, que ressignificadas, colaboram forjando práticas e discursos híbridos que nos auxilia nas compreensões de como a EJA se estrutura. Procuro problematizar acerca dos objetivos iniciais e os sentidos que estavam presentes nos primeiros programas de Estado voltados para garantir a escolaridade de alunos/as adultos/as e jovens, que não traziam as compreensões que temos atualmente sobre EJA, mas que em alguma medida garantiam o acesso à escolaridade para esse segmento da população. Quanto ao eixo sujeitos, dialogo com a perspectiva de que embora o/a aluno/a não tenha se apropriado de determinados conteúdos, isso não inviabiliza sua leitura de mundo e, portanto, esta deveria integrar o currículo da EJA, valorizando, problematizando e ressignificando os saberes de seus/as alunos/as. O potencial transformador das negociações, nos ajudam a refletir sobre a responsabilidade de cada um de nós na legitimação de determinados discursos ou em sua desconstrução.