O trabalho consistiu na realização de um projeto de pesquisa que teve como propósito analisar as políticas de inclusão educacional dos negros no âmbito da Universidade Estadual do Maranhão, visando sanar as lacunas deixadas pela descriminação e desvalorização dessa minoria ao longo do processo histórico, da qual foi excluído em sociedade. Para isso, foi preciso conhecer o processo histórico educacional dos negros do Brasil e no Maranhão, quais os percursos percorridos até dias atuais e identificar quais são as políticas educacionais para a população negra, no que diz respeito à Universidade Estadual do Maranhão e se houve benefícios ou se as políticas apenas contribuíram para segregação desse grupo étnico da sociedade. Desta forma, como futuros educadores, onde será preciso desafiar a desigualdade educacional diariamente, vemos a obrigação em conhecer as políticas que garantem os direitos dos negros ao acesso à educação de qualidade e inserção numa sociedade mais democrática. Sabendo-se que o Maranhão é um dos estados com a maior população negra no Brasil se fez necessária à compreensão em buscar como se deu e como ocorreu esse processo da inclusão do negro no meio acadêmico. O estudo teve como base metodológica uma pesquisa de cunho bibliográfico em que foram utilizados artigos, livros e teses referentes à temática, também utilizou-se de pesquisa quantitativa como metodologia para atingir a propósito do trabalho. O instrumento utilizado para a coleta de dados e análise da investigação deu-se através de questionários, elaborados diante da problematização do trabalho “as políticas de cotas raciais”, com perguntas de múltipla escolha, sendo aplicadas aos alunos da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Os dados revelam que há um conhecimento superficial sobre o assunto pela maioria dos entrevistados, o que prejudica o julgamento das ações afirmativas como meio de inclusão, e evidencia a desigualdade que permeia a sociedade, onde esta busca atribuir às cotas um meio de igualdade para os negros. Numa perspectiva histórica percebe-se, que ainda há um desfavorecimento de um grupo étnico social, que há séculos sofre com a segregação (ainda, que esta, ocorra de maneira velada), e têm os seus direitos garantidos à meritocracia. Tais consequências são evidentes em tempos atuais, dentro e fora do meio social, sobretudo ao ingresso e permanência desse grupo no sistema educacional. As políticas de ações afirmativas contribuem no processo de inclusão dos negros ao IES. Todavia, é preciso tomar conhecimento de que as cotas estando elas direcionadas para os negros como uma maneira de tentar sanar a lacuna causada durantes séculos pela sociedade, não deve e não é considerada como solução absoluta para equilibrar a desigualdade no campo acadêmico, mas um meio necessário para desvelar a realidade atual. Diante disso, é preciso que as ações atuem de forma eficaz e contribuam para que mais negros ocupem posições e/ou status profissionais, que por muitos anos foram ocupadas por um único grupo étnico.