O presente estudo visou analisar as concepções de professores e alunos dos anos finais do Ensino Fundamental, sobre o processo de avaliação da aprendizagem na disciplina de ciências. Para tal, fez-se uso de questionários respondidos por sessenta alunos e quatro professores da rede pública do município de Escada – PE. O marco teórico geral está apoiado nas abordagens de Barbosa (2012), Duarte (2015), Hoffman (2009) e Luckesi (2010). Os dados coletados foram analisados por meio da metodologia do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), desenvolvida por Lefèvre e Lefèvre (2005). Os resultados indicam dois discursos coletivos para cada um dos questionários aplicados. Observou-se concordância nos discursos dos estudantes com os de seus professores. No DSC 1, os respondentes revelaram uma concepção de avaliação restrita a perspectiva tradicional de exames e atribuição de notas, a partir do recurso prova. Entretanto, no DSC 2 percebeu-se a percepção de avaliação como um instrumento sinalizador dos resultados da aprendizagem, e o prezar dos aspectos qualitativos. Diante desses reconhecimentos entre os discursos, evidenciou-se que as concepções dos professores sobre avaliação são fortes definidoras de suas práticas, sejam estas tradicionais ou progressistas. A prática avaliativa na qual o aluno é submetido interfere diretamente na construção de suas concepções sobre avaliação. Sendo assim, deve-se superar o consenso pedagógico, ainda presente nas escolas, de ter a avaliação em ciências restrita a métodos classificatórios que visam apenas a aprovação e/ ou reprovação dos indivíduos, de forma dissociada da aprendizagem. O compromisso de construir uma cultura avaliativa vinculada à aprendizagem é coletivo, e seu êxito depende de toda a comunidade escolar.