SENA, Thaisa Salustino De et al.. Aula de campo como prática inclusiva. Anais IV CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/36017>. Acesso em: 02/11/2024 10:14
No Brasil, as políticas voltadas à pessoa com deficiência são recentes, a Constituição Federal de 1988, trouxe a legislação necessária para o avanço nesse campo. Em muitos casos, as crianças com necessidades especiais precisam ser “atraídas” por metodologias que além de inclusivas, devam ser também satisfatórias e empolgantes. Acompanhar, diariamente, crianças especiais faz crescer a vontade de usar estratégias que possibilitem o desenvolvimento dessas crianças. Uma dessas estratégias é a aula de campo. Embora seja um desafio levar os alunos a um ambiente diferente da sala de aula, também é possível utilizar a aula de campo para superação e crescimento de todos os envolvidos no processo (professores, estagiários e alunos). Diante disso, surgiu a seguinte problemática: as aulas de campo são produtivas para alunos com necessidades especiais? Acredita-se que sim, uma vez que os objetivos propostos para a aula de campo foram alcançados por todos os alunos, incluindo-se os que possuem necessidades especiais. Assim, este trabalho de pesquisa tem como objetivo descrever de que forma uma aula de campo pode ser usada como prática inclusiva para alunos com deficiências. Este trabalho se justifica pela curiosidade das pesquisadoras em relação ao tema, e a observação participante de uma delas como professora-estagiária da turma pesquisada. O trabalho foi realizado na Escola Madre Fitzbach, em sala de aula regular do 3º ano do ensino fundamental, turno matutino e composta por 18 crianças, onde 05 alunos tem laudos que incluem: Transtorno do Espectro Autista, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, Baixa Visão, Atrofia de Célula do Crânio e Atraso no Desenvolvimento Neuropsicomotor. Quanto à metodologia, este trabalho científico realizou-se por meio de uma pesquisa descritiva, de cunho qualitativo, que partiu de um levantamento bibliográfico, tendo como técnicas de coleta de dados uma observação participante. A aula de campo proporcionou a ampliação dos conhecimentos aos que possuem deficiência, bem como, a construção de novos saberes sobre o meio em que vivem, além disso, o desenvolvimento da aula despertou significativa reflexão sobre o papel da escola e seus atores dentro da perspectiva de educação inclusiva, proporcionando um novo olhar a respeito da pessoa com deficiência: um olhar mais responsável, humano a partir das potencialidades e habilidades da pessoa com deficiência. Nesse contexto, podemos afirmar que as aulas de campo são produtivas para os alunos com deficiência, visto que ao longo do processo observamos a evolução cognitiva e social dos alunos interagentes desta pesquisa, pois, ao final do processo, os alunos produziram com mais facilidade os textos da experiência vivenciada no Parque Natural Municipal da Cidade do Natal – Dom Nivaldo Monte. Nessa ordem, foi relevante a realização desse estudo, dessa forma impulsionou a compreensão de que a vivência é tão importante quanto os conteúdos estudados em sala de aula, pois foi visível a apreensão dos conhecimentos pelos alunos.