Toda prática pedagógica no ensino de Língua Portuguesa tem íntima relação com a concepção de
linguagem adotada pelo professor, bem como o tratamento que este dá ao trabalho com os diversos
gêneros do discurso que circulam o cotidiano dos estudantes influenciando diretamente na formação
dos mesmos. O presente artigo resulta de uma experiência de leitura literária tendo como público alvo
estudantes da 7ª e 8ª séries da Educação de Jovens e Adultos (EJA), de uma escola do município de
Caiçara-PB. Buscou-se apresentar uma breve reflexão sobre a importância do espaço do gênero textual
crônica nas aulas dessa modalidade de ensino para a formação de leitores, bem como relatar uma
experiência de leitura crítica de uma crônica de Joel Rufino dos Santos (2013). Nesse sentido
procurou-se suporte, dentre outras, nas teorias de Cosson (2014), que apresenta estratégias para o
ensino de Literatura voltadas para o letramento literário; Soares (2002) e Kleiman (2005), cujas
discussões convergem para o entendimento sobre os fenômenos de alfabetização e de letramento.
Freire (1989), que pontua a leitura como ferramenta libertadora; Marcuschi (2008), sobre a
funcionalidade dos gêneros, e Koch e Elias (2006), sobre estratégias de leitura. A compreensão do
gênero literário crônica como instrumento de formação do senso crítico, é reforçada pelas percepções
desses pressupostos que corroboram com as nossas hipóteses sobre a eficiência do trabalho
comprometido com o letramento literário. Desse modo, buscou-se lançar contribuições discursivas
sobre uma prática que atende às necessidades do atual público de nossas escolas, contempla a língua
como interação social e permite espaço para as multiplicidades das linguagens.