1 INTRODUÇÃOAté pouco tempo, meados da década de 1980, a população brasileira era considerada jovem, entretanto tem havido uma inversão gradual da pirâmide populacional, revelando assim o envelhecimento existente. (LORENZI et al, 2009)Envelhecer parece ainda tem uma conotação de ser algo não fisiológico, talvez pela desinformação destes do processo de mudanças que ocorre no envelhecimento e desconhecerem uma realidade social que cada vez mais caminha para esta direção.Já para o sexo feminino, a desinformação pode levar a uma condição de geração de medos e potenciais problemas se não trabalhados adequadamente.Na mulher essa fase constitui o climatério, conceituado como tempo de transição do período reprodutivo para o não reprodutivo e com baixas hormonais, compõe um período em que ocorrem transformações nos âmbitos sociais, psíquicos e físicos. (PEREIRA; SIQUEIRA, 2009)Mediante a isto se encontrou a importância de buscar na enfermagem soluções para as possíveis dificuldades, como as mudanças físicas, encontradas na adaptação da nova etapa de vida da mulher, além de desempenhar o papel de assistir na promoção, prevenção da saúde, tratamento e reabilitação das mesmas.Diante disto há de se questionar: como a enfermagem atua frente às mudanças ocorridas na mulher no climatério?Este trabalho motivou-se em razão do envelhecimento ser uma tendência mundial e brasileira e que requer uma atenção nesse contexto à mulher, para saber lidar e ajudar a enfrentar a atual condição, além de tornar-se relevante para o eixo social, político, cultural, econômico e de saúdeO objetivo geral é identificar na literatura o papel da enfermagem na assistência a mulher no climatério, tendo como objetivo específico identificar na literatura quais as mudanças ocorridas nesta fase.Apoiou-se na justificativa de que a enfermagem pode oferecer assistência à saúde da mulher na terceira idade, buscando estimular o autoconhecimento do corpo e a promoção do seu bem estar.2 METODOLOGIARevisão do tipo integrativa sobre a produção científica em enfermagem na saúde do idoso, pois como Souza, Silva e Carvalho (2010) tal estudo é embasado em evidências e proporciona a súmula de ideias de pesquisas já concluídas, favorecendo o alcance de uma conclusão primária através da síntese desse conhecimento produzido até então.Para uma melhor sistematização e operacionalização da revisão serão utilizadas as seguintes etapas: seleção de artigos, estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão para facilitar a seleção, coleta de dados, análise de dados e conclusão dos resultados.Também foi elaborado um protocolo com intuito de facilitar a construção e desenvolvimento do estudo. Composto pelas seguintes estruturas: tema, objetivo geral, objetivo específico, questão norteadora, base de dados, descritores, cruzamentos, critérios de inclusão, critérios de exclusão, estratégia para coleta dos dados, análise dos dados e conclusão.As bases de dados foram as indexadas na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), como o banco de dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e a Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE). A coleta foi realizada em abril de 2013. Para a busca dos artigos em questão, utilizamos os seguintes descritores controlados na língua portuguesa: Climatério. Mudança de Vida. Enfermagem. Assistência de Enfermagem. Para seleção dos estudos foram utilizados os seguintes critérios de inclusão: estudos do tipo artigo completos disponíveis nas bases de dados; escritos em português; publicados a partir de 2009; e cujo conteúdo possuísse pertinência com o tema estudado. Já como critérios de exclusão: resumos; e trabalhos que não fossem do tipo artigo.Inicialmente foram selecionados 11 artigos. No entanto, após a leitura e análise dos artigos a amostra foi refinada para 08 estudos.Na coleta de dados propriamente dita, utilizou-se um instrumento de coleta de dados que permitiu extrair informações de cada estudo, como: o nome da base de dados onde o estudo foi encontrado; o ano da publicação; o nome do periódico; título; bem como informações sobre as transformações no climatério, sinais e sintomas.3 RESULTADOS E DISCUSSÃOPara melhor tratar os assuntos, foram divididos em duas seções: primeiro identificar quais são as transformações no corpo da mulher e em seguida mostrar a forma que a enfermagem deve, pode e tem atuado frente a essas mudanças.As transformações ocorrem tanto nas esferas biológicas, passando pelas psíquicas e os sinais e sintomas quando presentes podem ser referidos de várias maneiras desde as ondas de calor, baixa autoestima até problemas sociais e familiares.Os principais sintomas são aglomerados na “síndrome climatérica” que é composta pelas seguintes alterações, dando ênfase nas físicas: fogachos, sudorese, ressecamento vaginal. (ZAMPIERI; TAVARES; HAMES; FALCON; SILVA; GOLÇALVES, 2009)Ao se tratar desse assunto, a enfermagem tem relevância para tomar espaço e propriedade em lidar com essas pacientes, visto que elas têm expectativas, dúvidas, anseios e procuram alívio, acolhimento e apoio nos braços da enfermagem.E este de fato deve ser o papel da enfermagem, ela deve incentivar a mulher climatérica a ter uma percepção positiva em relação a sua realidade, passando de um olhar patológico ultrapassado e ajudando-a a enxergar o lado natural da vida. Promovendo o autoconhecimento e o autocuidado, ajudando a encontrar um significado para sua existência.Sendo assim o trabalho na desmistificação do climatério é vantajoso, pois tem como meta conscientizar que essa etapa é apenas um período de cessação da reprodução e da fecundidade e não de sintomas e sinais negativos, como a medicalização, perda da beleza e da feminilidade. A enfermagem deve preocupar-se também com a educação em saúde, fazendo com que essas informações sejam difundidas, junto com grupos de apoio, rodas de conversa, trocando experiências e transformando a realidade.4 CONCLUSÃOMediante o exposto, o climatério tido como período de mudanças na vida da mulher idosa, de aceitação e autoconhecimento, necessita de um olhar integral, com visão de cuidados de forma holística e abordagem sensível, tendo a enfermagem desempenhado com êxito tais tarefas nos planos de assistência da atenção básica.A enfermagem é a corresponsável por propagar soluções a população feminina idosa, reintegrando seus significados e dando sentido, em sua maioria, em mulheres que perderam o vigor da vida, o desejo de viver juntamente quando sua vida reprodutiva teve fim.Considerando que elas devem ter a compreensão e serem educadas de que o climatério é a própria vida e não o fim dela é que os modelos assistências atuais devem se voltar, devem se remodelar e se adequar ao atual sistema.5 REFERÊNCIASLorenzi DRS, Catan LB, Moreira K, Ártico GR. Assistência à mulher climatérica: novos paradigmas. Rev Bras Enferm. 2009; 62(2): 287-93.Pereira QLC, Siqueira HCH. O olhar dos responsáveis pela política de saúde da mulher climatérica. Esc Anna Nery Rev Enferm. 2009; 13(2): 366-71.Souza MT, Silva MD, Carvalho R. Revisão integrativa: o que é e como fazer. einstein. 2010; 8(1 Pt 1): 102-6.Zampieri MFM, Tavares CMA, Hames MLC, Falcon GS, Silva AL, Golçalves LT. O processo de viver e ser saudável das mulheres no climatério. Esc Anna Nery Rev Enferm. 2009; 13(2): 305-12.