A região semiárida do Nordeste brasileiro é caracterizada por critérios específicos que envolvem a precipitação, a aridez e o risco de seca, sendo praticamente concentrada no domínio da Caatinga. A caatinga já foi considerada como um ecossistema com pouca biodiversidade, entretanto, podemos observar que esse relato não é verdadeiro, pois a fauna e a flora da região é bem rica e expressiva. A criação de Unidades de Conservação tem a finalidade de proteger e manter a biodiversidade ecossistêmica local, porém, somente 7,9% da Caatinga é assistida por Unidades de Conservação (federais, estaduais e municipais). O objetivo do trabalho é realizar um relato sobre a quantidade de espécies nativas da região semiárida do nordeste brasileiro, que sofrem algum tipo de ameaça e relatar a importância das UCs na região. A lista com a distribuição e categorias de ameaça das espécies foi obtido através da base de dados da IUCN, e para as Unidades de Conservação foi utilizado a plataforma do ICMBio. No total, a Caatinga possui 169 UCs ativas, protegendo 64.723 km2 de área. Por possuir uma pequena parcela de área protegida, podemos observar que quase 27% das espécies de animais e 51% das plantas estão em alguma categoria de ameaça. Os filos Chordata e Arthropoda são os mais afetados dentre os animais, 29% e 12,5% das espécies registradas estão com algum tipo de ameaça, respectivamente. Para os vegetais, o filo Tracheophyta é o único afetado, e a classe Magnoliopsida é o de maior representatividade e consequentemente o que mais sofre com as pressões antrópicas. Cerca de 54% está com algum tipo de ameaça, seguida da Liliopsida que possui 33% de espécies ameaçadas. A família Cactaceae é o mais afetado da classe, onde 44% possuem algum tipo de ameaça. Com tantas espécies categorizadas em algum grau de ameaça e tão pouco da área de Caatinga protegida por UCs talvez seja necessária mais atenção a esse ecossistema brasileiro tão rico em biodiversidade.