A erosão hídrica é umas das principais causas da degradação do solo e tem favorecido ao aumento
de áreas desertificadas no mundo em regiões de clima árido, semiárido e sub-úmido seco, resultante de
múltiplos fatores que abrangem variações climáticas e atividades antrópicas, causando implicações de ordem
física, financeira e social, ocasionando a cada ano no Brasil, perda de milhões de toneladas de solos
agrícolas, tendo em vista que a maior parte dos agricultores ainda não utilizam técnicas de manejo e de
práticas conservacionistas adequadas. Este trabalho tem como objetivo avaliar a influência da regeneração
cobertura vegetal sobre a redução da erosão em parcelas de 100 m², que possuem declividade de 3,4% e
3,6%, respectivamente, tipo de solo classificado como Luvissolo Crômico Órtico, grupo hidrológico C,
porosidade igual a 0,398 e densidade de 1,65 g/cm³, situadas na Bacia Experimental de São João do Cariri,
PB. No período de novembro de 2014 a junho de 2017, foram inseridas mudas de espécies nativas da
Caatinga e mantido o regime de pousio na parcela 2, com observação de 20 eventos de chuva com
consequente escoamento superficial. A cobertura vegetal da parcela 2 foi mantida sob rega até o mês de
novembro do ano de 2015 e, neste período, foi possível identificar um aumento da lâmina escoada na parcela
2 em relação a parcela 1, com acréscimos de até 40,5% devido à condição de umidade antecedente do solo.
No ano de 2016, em que não houve rega, observamos uma variação da lâmina escoada na parcela 1, de 0,71
a 3,51 vezes a observada na parcela 2. Neste ano, a associação da regeneração da vegetação rasteira que
possui predominância de espécies das famílias Poaceae e Cyperaceae e a inserção de mudas de espécies
nativas arbóreas arbustivas típicas do bioma Caatinga na parcela 2, proporcionaram uma redução da
produção de sedimentos de até 77,8% e da lâmina escoada de 2,0%, na parcela 2 em relação a parcela 1, o
que demonstra a influência da cobertura vegetal sobre à redução da perda de solo. Foi expressiva a redução
da produção de sedimentos devido à presença da cobertura vegetal rasteira das famílias Cyperaceae e
Poaceae na área da parcela 2, que favorecem a manutenção das propriedades físicas, químicas e biológicas
do solo e auxiliam na recuperação de áreas degradadas no semiárido paraibano.