O agronegócio brasileiro tem se destacado por ser um dos maiores produtores de frutas do mundo, sendo a agricultura familiar responsável por grande parte dessas produções. Essa atividade apresenta importante relevância econômica e social, no entanto, muitas vezes por falta de orientação profissional e fiscalização as condições físicas e higiênico-sanitárias não são empregadas de forma correta, oferecendo riscos para a saúde dos consumidores e dos próprios feirantes, além de perdas significativas dos vegetais comercializados. Em feiras livres do interior do Rio Grande do Norte é comum observar esse tipo de situação, embora tenha se destacado cada vez mais a necessidade de manter a qualidade dos vegetais, devido ao elevado consumo. Portanto, objetivou-se com este estudo traçar o perfil das férias-livres no comércio de frutas e hortaliças no município de São Miguel-RN. Foi aplicado a observação durante a comercialização de frutos e hortaliças e o diálogo direto com oito feirantes no ano de 2016, considerando: os vegetais que apresentavam maior e menor comercialização, facilidade de deterioração e desperdício; indicados em 1º, 2º e 3º lugar, além dos métodos de conservação, tipos de danos mecânicos sofridos e destinação dos resídos. A preferência dos consumidores nas feiras-livres indicou a goiaba, banana, uva, mamão, cheiro-verde, alface, couve e cenoura como os frutos e hortaliças mais consumidos. Os altos índices de desperdício do mamão, manga, goiaba, alface e batatinha podem estar associadoa às condições de higiene insatisfatórias das estruturas físicas em que os frutos são apresentados para exposição à compra ou métodos inadequados de conservação. Diversos fatores podem estar associados aos padrões inadequadas das feiras-livres, como: a falta de conhecimento dos comerciantes quanto a conservação dos alimentos, ausência de Boas Práticas de Manipulação (BPF) e controle do armazenamento e transporte. Deste modo, a elevada comercialização de frutas e hortaliças exige a implantação de um programa de reestruturação das feiras livres para promover a capacitação dos feirantes e aumentar a atenção na fiscalização, além de cursos de capacitação que possam elevar o conhecimento quanto a manipulação dos vegetais.