A família Acanthaceae compreende 3.200 espécies agrupadas em cerca de 250 gêneros, com distribuição em todo mundo, tendo seu centro de diversidade na região Indo-Malásia, África, Brasil, Andes e América Central. Morfologicamente, caracteriza-se por reunir indivíduos de hábito trepador e subarbustivo, muitas vezes como plantas invasoras em bordas da floresta ou em áreas antrópicas, pelas flores geralmente acompanhadas por um par de bractéolas bem desenvolvidas que recobrem o botão floral e parte da corola, com o cálice inconspícuo, vestigial, anelar e pela corola amarela, alaranjada, roxa, lilás ou branca. Apesar da representatividade, inclusive no Brasil, estudos abordando a sua taxonomia são praticamente inexistentes especialmente na região Nordeste. Nesse contexto, este trabalho apresenta o levantamento taxonômico do gênero Thunbergia (Acanthaceae) em um fragmento florestal (mata seca) inserido na microrregião de Campina Grande, semiárido paraibano, e como parte deste engloba diagnoses, comentários taxonômicos e dados sobre floração e frutificação para as espécies encontradas na área de estudo. O fragmento de floresta estacional semidecidual sub-montana está situado em uma propriedade particular denominada Fazenda Ipuarana, às margens da BR-104 (7°09’29”S, 35°52’02”W), município de Lagoa Seca, microrregião de Campina Grande, Paraíba, Brasil. Foram realizadas caminhadas aleatórias por toda a extensão do fragmento no período de Fevereiro/2016 a Setembro/2017. Amostras em estádio reprodutivo (com flores e ou frutos) foram coletadas e fotografadas. A herborização foi procedida de acordo com as técnicas usuais e os espécimes obtidos foram incorporadas à coleção do Herbário Manuel de Arruda Câmara (ACAM), Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Campus I. A identificação das espécies baseou-se na bibliografia especializada, além de consultas a herbários virtuais do Brasil e exterior. Na área de estudo, foram encontradas três espécies: Thunbergia alata Bojer ex Sims, T. fragrans Roxb. e T. grandiflora Roxb. (Fig. 3) e, no Brasil, o gênero é considerado “naturalizado” com suas espécies associadas à vegetação de Caatinga, Mata Atlântica e Amazônia, geralmente em áreas antrópicas. A área de estudo apresenta uma vegetação de transição e pelo fato de situar-se próxima ao espaço urbano e também pelo uso constante da terra como pastagem, encontra-se em avançado estágio de antropização; aspecto que provavelmente favoreceu o estabelecimento das espécies de Thunbergia nas trilhas desse fragmento florestal.