Introdução: As doenças respiratórias representam uma importante causa de morbi-mortalidade na população idosa em diferentes regiões do mundo. Entre aqueles mais idosos (de 80 anos e mais), sua prevalência e letalidade tendem a ser ainda maiores, o que pode estar relacionado à incapacidade funcional e comprometimento imunológico frequentemente observados nesta faixa etária. A fim de se prevenir a infecção pelo vírus influenza e suas complicações mais severas, as campanhas de imunização têm se mostrado um das principais estratégias das políticas de saúde e apresentam uma cobertura satisfatória no Rio Grande do Norte. Objetivo: Analisar a tendência da mortalidade por doenças respiratórias em idosos jovens (60 a 69 anos de idade) e longevos (80 anos e mais) no estado do Rio Grande do Norte no período de 2001 a 2010. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico de Séries Temporais, no qual foram utilizados dados secundários do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), a partir do qual foi calculado o Coeficiente de Mortalidade por Doenças Respiratórias (Capítulo X- CID 10). A análise da tendência da mortalidade foi realizada pelo programa joinpoint, que através da regressão log-linear segmentada permite descrever uma tendência e identificar se houve mudanças recentes, modelando segmentos lineares unidos por pontos de inflexão. Resultados: No período em questão, foram registrados 1.197 óbitos decorrentes de doenças respiratórias na faixa etária de 60 a 69 anos e 5.641 para os idosos de 80 anos e mais, o que representa 6,19% e 12,56% entre todas as causas de morte para os respectivos grupos de idade. A análise de tendência revelou um aumento nas taxas de mortalidade para ambas as faixas etárias. A respeito dos idosos longevos, observou-se um ponto de inflexão e aumento estatisticamente significativo com um Percentual Anual de Cambio (PAC) de 17,93% no primeiro segmento, seguido de uma estabilidade na tendência após o ano de 2004. No entanto, a série histórica relativa aos idosos mais jovens não apresentou mudanças na sua tendência no período em questão, apresentando um valor de PAC equivalente a 3,25%. Conclusão: Apesar da política de imunização da população idosa, tais achados demonstram que as doenças respiratórias ainda representam um importante fator de risco à saúde para esta população, especialmente entre os longevos. No entanto, os resultados encontrados também podem ser um reflexo da maior qualidade no processo de notificação da mortalidade, observado pelo contínuo declínio no registro de óbitos por causas mal definidas. Deve-se ressaltar ainda que o declínio no ritmo de aumento da mortalidade entre os idosos longevos, com uma tendência à estabilidade, provavelmente tenha ocorrido devido a uma maior efetividade da vacina para este grupo.