O papel dos constituintes da dieta na gênese e na prevenção de doenças e seus mecanismos de ação tem sido objetivo de estudo há décadas. Há em todo o mundo um crescente interesse pelo papel desempenhado na saúde por alimentos que contem componentes que influenciam em atividades fisiológicas ou metabólicas. As antigas culturas chinesa, indiana, egípcia e grega em particular, trabalhavam muito com conceitos de alimentos terapêuticos, atribuindo propriedade preventivas e/ou curativas a quase todos os alimentos, bem como reconhecendo as condições adequadas de preparo e consumos dos mesmos. Entre as culturas de grande potencial energético e nutricional as de maior destaque é a cana-de-açúcar, a beterraba açucareira e o sorgo sacarino. O sorgo granífero sacarino (Sorghum bicolor L. Moench) é uma das culturas líder do mundo agrícola, principalmente, na África, porem, ainda é pouco explorada na alimentação humana nas Américas. Assim, esse estudo teve como objetivo avaliar a toxicidade clínica do uso do subproduto do sorgo na forma de melado obtido do caldo dos colmos como alternativa para suplementação nutricional. Para a avaliação da toxicidade clínica foram selecionados 46 voluntários com idade entre 30 e 60 anos, de ambos os sexos, considerados saudáveis após confirmação dos exames físicos e laboratoriais. Estes voluntários utilizaram 21g do produto uma vez ao dia, durante oito semanas. Os resultados obtidos demostraram que algumas alterações foram detectadas no resultados das provas de função hepática, mas que permaneceram dentro dos valores de referencia.