Este trabalho apresenta um panorama da situação atual das pesquisas sobre captação e uso da água
de chuva no Semiárido brasileiro, com a percepção de que as inovações tecnológicas disponibilizadas
aumentam a oferta de água, assegurando-a para o consumo, e reduzem os riscos da exploração agropecuária,
contribuindo, assim, para a melhoria da qualidade de vida das populações. Foram avaliadas diferentes
alternativas tecnológicas com o objetivo de aumentar a disponibilidade de água nesta região. Entre estas
tecnologias, podem-se citar: irrigação de salvação, captação in situ, barragens subterrâneas, por se tratarem
de soluções simples, descentralizadas e de baixo custo, contribuindo para fixação da população rural no local
de origem. A barragem subterrânea é uma técnica para armazenar água de chuva, por meio de uma parede
construída transversalmente ao fluxo das águas, que tem a função de barrar o fluxo de água horizontal. A
água da chuva infiltra-se lentamente e, armazenada no solo, permite sua utilização posterior pelas plantas. A
captação de água “in situ” é aparentemente pouco agressivo ao meio ambiente, no entanto, como o solo não
foi preparado (arado), a sua superfície apresenta-se ligeiramente compactada, dificultando a infiltração e
facilitando o escoamento superficial, o que contribui para o processo erosivo. Os barreiros de salvação, ou de
irrigação suplementar, captam água de escoamento de uma grande área natural de captação superficial.
Apesar da problemática das precipitações irregulares, é necessário captar a água da chuva e usá-la durante o
período seco, pois os rios em geral secam durante este período. Dentro das áreas de SAB (Semiárido
Brasileiro), há uma grande demanda por captação de água de chuva em regiões com subsolo cristalino, em
regiões com subsolo de rocha calcária a demanda é média e em regiões com arenito e aluvião ela é baixa.
Acreditamos que a identificação da áreas com grande demanda de captação de água de chuva poderia ser um
instrumento político eficiente. É a expressão de um novo paradigma no planejamento do desenvolvimento
rural da região, centrado na população local, sendo economicamente viável, socialmente justo e
ecologicamente sustentável.