A escassez de conhecimentos referentes a muitas espécies de peixes do nordeste brasileiro, em especial no aspecto alimentar, faz justificar a necessidade de estudos relacionados à ecologia trófica. Este conhecimento permite entender o comportamento das espécies e suas funções no ambiente, sendo objetivo deste trabalho avaliar a dieta de três espécies de peixes e suas variações espaciais. A coleta ocorreu em oito pontos distribuídos ao longo do reservatório utilizando-se redes de espera de diversas malhas. No laboratório, o material foi triado e identificado até o nível taxonômico de espécie, posteriormente foram obtidos os dados biométricos e então eviscerados e coletados os estômagos (porção química) da família Curimatidae e para as espécies da família Loricariidae o intestino, os quais foram fixados em formol a 10% e conservados em álcool a 70%. O conteúdo alimentar analisado de 20 exemplares de peixes distribuídos entre as espécies possibilitou a identificação de dez itens alimentares: Bacillariophyceae (Diatomaceas), Chlorophyceae, Dinophyceae, Euglenophyceae, Detrito/Sedimento, Protozoário, Rotífero, Restos vegetais, Microcrustáceos e Diptera. A dieta das três espécies, foi constituída principalmente por Detrito/Sedimento e por algas Chlorophyceae e Bacillariophyceae. Quando considerada a variação espacial da dieta, pôde-se verificar que em ambos os ambientes, lacustre e fluvial, existe um predomínio do item Detrito/Sedimento. As espécies estudadas mostraram ter suas dietas baseadas principalmente no consumo de detrito e sedimento, seguido do consumo de algas, em especial as unicelulares da classe Bacillariophyceae., confirmando o hábito detritívoro.