O gênero Croton L. possui 1.300 espécies, sendo considerado o segundo maior e mais diverso da família Euphorbiaceae. O Brasil é um dos principais centros de diversidade do gênero, que está representado por 311 espécies, dentre as quais destaca-se Croton tricolor Klotzsch ex Baill., espécie nativa da flora brasileira, com distribuição nos domínios da Caatinga, Cerrado e Floresta Atlântica. Conhecida popularmente como “marmeleiro” ou “caatinga preta”, as cascas de seu caule são utilizadas na medicina popular para o tratamento de cólicas intestinais. Neste trabalho foram realizadas descrições anatômicas de folhas de C. tricolor visando reconhecer caracteres úteis para a sua identificação e delimitação. Realizaram-se seções paradérmicas e transversais, posteriormente clarificadas e coradas com safranina e/ou safrablue, observadas e fotografadas ao microscópio óptico. C. tricolor possui epiderme, em vista frontal, hipoestomática, com estômatos paracíticos; paredes celulares anticlinais retas na face adaxial, glabra, e curvas na abaxial, com indumento lepidoto, formado por tricomas peltados, estrelados e glandulares. Em secção transversal, a epiderme é unisseriada com uma cutícula lisa e delgada. O mesofilo é dorsiventral, com parênquima paliçádico uniestratificado e o esponjoso 3-5-estratificado; a nervura principal é biconvexa, formada por dois feixes colaterais dispostos como arcos côncavos, com medula fistulosa; o pecíolo exibe contorno circular, com medula fistulosa e sistema vascular anficrival, com oito feixes dispostos em anel. Canais secretores e idioblastos contendo drusas ocorrem tanto na nervura principal quanto no pecíolo. O contorno da parede celular, a morfologia da nervura principal e pecíolo, e o indumento na face abaxial são caracteres distintivos para o reconhecimento de C. tricolor, diferindo de outras espécies do gênero