O advento do novo século trouxe para a humanidade uma extensa e inesgotável pauta que precisa ser refletida e analisada. No atual modelo de sociedade nada está posto como pronto, somos seres em processo, poderíamos dizer que as relações com o meio social são construídas e estabelecidas a partir das necessidades/interesses políticos, sociais, culturais, econômicos e geográficos. Dessa maneira intensifica-se o debate e a reflexão em torno de questões tidas e consideradas tabus pela sociedade, como: sexualidade, orientação sexual, preconceito racial e étnico, além da garantia de direitos de categorias como mulheres. Gênero é outra categoria, que nas últimas décadas saiu do anonimato, e passou a ser pensada e discutida. Vale salientar a importante contribuição dos movimentos sociais, inicialmente o movimento feminista e posterior outros movimentos em defesa dos direitos humanos, das organizações não governamentais, das Pastorais Sociais dentre outros setores que se debruçaram sobre essa temática. O método utilizado foi a pesquisa de caráter qualitativo. A metodologia utilizada na pesquisa foi a etnográfica. A pesquisa foi desenvolvida no Projeto de Assentamento Nova Canaã – Pindobaçu – no Sertão da Bahia. O Movimento CETA – Coordenação Estadual dos Assentados e Assentadas da Bahia é o responsável pela posse da área. Historicamente, nos movimentos sociais há toda uma preocupação com as questões pertinentes as relações de gênero. Todos os espaços do Assentamento podem ser considerados espaços de formação. A formação, escolar e não escolar, dessa maneira, compreende-se a educação como um processo de formação humana na conquista do território e espacialização do posseiro e da posseira.