Geralmente, é dada maior atenção ao custo que os materiais representam no orçamento global da obra do que ao impacto gerado pelos seus desperdícios, estes estão diretamente ligados a falta de qualificação da mão de obra e associados aos processos construtivos inadequados e o mau uso desses materiais. Reduzir o desperdício também significa diminuir o número de probabilidades de erro. Sabendo-se que a construção com terra sofreu várias mudanças para se adequar a região e a necessidade de cada localidade, suas propriedades físico-mecânicas podem ser melhoradas através de estabilizantes a fim garantir sua viabilidade e longevidade. O presente artigo tem por objetivo apresentar os resultados obtidos no processo de análise de solo para verificar a viabilidade do seu uso na fabricação de tijolos ecológicos. Analisando-se a alta demanda de matéria prima na fabricação de insumos e os altos impactos proporcionados pela produção de materiais de construção comuns, é importante buscar alternativas mais sustentáveis como o tijolo de solo-cimento. Este tijolo é uma alternativa interessante pela sua composição, pois consiste em maior parte de terra crua e uma outra reduzida de cimento, diminuindo a quantidade de cimento é possível diminuir a emissão de CO² na atmosfera. A emissão ocorre através da fabricação do cimento ou a queima do próprio tijolo do caso do bloco cerâmico. No entanto, para garantir a qualidade dos blocos foi preciso verificar as características do solo utilizado, baseando-se nas normas técnicas da ABNT. Os resultados obtidos através dos ensaios mostraram que o solo apresenta propriedades suficientemente satisfatórias para a produção dos tijolos, permitindo ainda a elaboração de traços (proporções do uso dos materiais) distintos. Por fim, é importante ressaltar que esse estudo faz parte de um projeto de extensão intitulado Incubadora para produção de materiais não convencionais, o qual busca incentivar a comunidade local de baixa renda a produzir materiais de construção sustentáveis.