As reformas neoliberais que marcaram os meados da década de 1990, o enfraquecimento das instituições de apoio à agricultura e ao mundo rural, terminou por contribuir, no Brasil para o crescimento do setor informal da economia. Outros fatores como o excesso de burocracia, a falta de capital inicial e a baixa escolaridade também colaboraram para o avanço do trabalho informal, que se utiliza de formas nem sempre lícitas para garantir sua sobrevivência. Devido a esses acontecimentos em conjunto com a incapacidade econômica do governo de gerar postos de trabalho suficientes, que esse setor aparece como alternativa de ocupação e renda, abrigando uma quantidade expressiva dos que buscam se inserir no mercado de trabalho urbano. Em Tenente Ananias-RN, trabalhadores viajam por todo nordeste brasileiro em busca de clientes para venderam seus artigos de cama, mesa e banho. Este artigo teve como objetivo analisar a expansão dessa atividade informal, com ênfase nas origens desse comércio na cidade, uma atividade que há mais de 15 anos vem garantindo o sustento de grande parcela da população. Pretendendo resgatar, de maneira exploratória, algumas ponderações pioneiras a respeito desse mercado de trabalho informal no país e sua dinâmica no semiárido Nordestino. Os resultados evidenciam que esta atividade informal, nos moldes da antiga mascateação, surgiu após o declínio da economia local de extração de minérios em meados da década de 90, onde esses trabalhadores desempregados, aprenderam a desenvolver essa atividade de mascateação para substituir a então economia mineradora.