A reestruturação produtiva do capital gerou novos espaços produtivos no país, inclusive no Nordeste, tornando muitos territórios competitivos dentro da ótica capitalista de seletividade e exclusão, Santos (2008). Diante disto as cidades médias e pequenas tomaram um papel fundamental na economia regional favorecendo, as primeiras, um aporte de recursos, antes vistos somente nos grandes centros, que possibilitou uma dinamização na rede urbana provocando o surgimento de interiorização do consumo e flexibilizando as relações entre os diferentes níveis hierárquicos das cidades. Tal fato possibilitou o aumento no fluxo espacial da população quer seja qual modalidade for, configurando novas territorialidades, identidades e relações de trabalho atingindo a escala local de diferentes maneiras, onde atualmente segue-se a lógica da globalização e do capitalismo flexível. Este trabalho tem como objetivo principal uma análise qualitativa da mobilidade espacial da população nos espaços interiorizados do semiárido brasileiro. Neste intento temos como lócus de estudo o município de Severiano Melo, localizado na mesorregião Oeste Potiguar, como território onde os fluxos pendulares vem apresentando consideráveis mudanças nas últimas décadas (IBGE, 2000, 2010). Para realização desse trabalho foi desenvolvida uma ponderação qualitativa por meio de análise bibliográfica e dados secundários a partir dos censos demográficos promovidos pelo IBGE (2000, 2010).