O debate sobre Reforma Agrária no Brasil só toma corpo na segunda metade do século XX. Tal problemática conta com o apoio de movimentos de massa como as Ligas Camponesas do Nordeste que, insatisfeitas com a má distribuição de terra e com as miseráveis condições de vida, buscam de forma subversiva atrair a atenção do Estado para as questões estruturais da sociedade. Todavia, a discussão sobre a má distribuição de renda num organismo social, atravessa eras passadas que se configuram como formas de propriedade. Assim, o objetivo do presente trabalho é apresentar o desenvolvimento da discussão sobre reforma agrária no Brasil evidenciando os rebatimentos desta no que se refere a estrutura fundiária e as condições de reprodução social. Tomando por base os textos de Marx foi feita uma análise dialético-histórica sobre essas formas de configuração social que tendem a evoluir de acordo com o desenvolvimento das forças produtivas da sociedade. A conclusão imediata que se tem sobre essas análises é que: com o advento do capitalismo a concentração da estrutura fundiária ganha forças nunca vistas, tendência essa que tende a se perpetuar por todo o globo incluindo o Novo-Mundo. Outro enfoque que foi dado ao presente trabalho foi sobre o papel do Estado no seio da discussão agrária principalmente no que se refere ao seu posicionamento enquanto organizador social. Sobre as condições de reprodução social, o presente artigo apresenta perfunctoriamente como estas se encontram no interior da classe formada pelos trabalhadores sem-terra esboçando aspectos sobre a sua melhoria ou degradação.