De uso crescente, que visam a garantia da integralidade oferecida à saúde pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) têm sido cada vez mais evidenciadas. O presente trabalho teve como objetivos principais promover a sensibilização da equipe de saúde da “AME Areia Branca”, unidade básica de saúde da cidade de Petrolina-PE, para a necessidade e os benefícios da utilização de práticas integrativas e complementares em saúde, e de perceber as demandas por PICS da população atendida pela unidade. Apesar de estimuladas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), na cidade de Petrolina e na sua região de abrangência as PICS são muito pouco oferecidas no contexto da atenção básica, tornando-se urgente a mobilização dos atores do contexto de saúde e da sociedade em geral. Sendo assim, o trabalho foi realizado em quatro etapas principais: capacitação interna da equipe interventora; sensibilização da equipe de saúde com roda de conversa temática, prática bioenergética; e prática experimental de yoga e exercícios respiratórios com a comunidade externa e interpretação dos resultados.Foi possível observar uma conscientização básica acerca do conceito de PICS e da necessidade da sua utilização, e que a maioria destes profissionais, apesar de desejar o uso das PICS no seu contexto de trabalho, afirma nunca ou poucas vezes utilizá-las em complemento às práticas convencionais. Com a comunidade atendida pela unidade básica de saúde, foi possível verificar que a grande maioria acredita no potencial das PICS como complemento às práticas convencionais, apresentando grande desejo de que fossem incorporadas às ações da unidade de saúde, considerando a prática de yoga e exercícios respiratórios realizada como importante e necessária. Concluiu-se, portanto, que há grande receptividade e desejo de utilizar as PICS na unidade em estudo, tanto pelos profissionais quanto pela população atendida pela unidade, sendo necessária a continuidade das reuniões de capacitação e a delimitação de novos projetos de utilização das PICS, como por exemplo a implantação de horta coletiva para a fitoterapia e capacitação dos profissionais nas mais diversas terapias. Também se faz necessária maior divulgação, incorporação e implementação de tais práticas não somente na unidade do relato, mas em todo o SUS, tanto para que se racionalize as ações de saúde, promovendo um engajamento sustentável e dissociado da hospitalização e dos medicamentos, quanto para que se promova uma ação de cuidado mais efetiva e centrada na pessoa e em seus aspectos biopsicossociais. Espera-se que essas discussões, somadas a outros conhecimentos produzidos no campo, estimulem os gestores e profissionais do município de Petrolina a incorporarem as PICS no processo de trabalho em saúde, haja visto a escassa oferta de cuidados baseados em PICs no SUS local.