A edição da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), em 2006,
evidenciou a inserção destas práticas na Atenção Primária à Saúde (APS) com o intuito de
contribuir com uma assistência continuada, humanizada, integral e resolutiva (SANTOS; TESSER,
2012). Porém, assistir, visando para além das práticas biologicistas ainda se configura um grande
desafio para gestores e profissionais da saúde. O presente trabalho objetiva apresentar o estado atual
do desenvolvimento das Práticas Integrativas e Complementares na Atenção Primária à Saúde, no
Brasil. Trata-se de uma revisão bibliográfica realizada a partir de bases de dados científicas, como
BDENF, BIREME e Scielo, mediante o uso dos descritores atenção primária à saúde, integralidade
em saúde e terapias complementares. Os critérios de inclusão definidos para a busca nas bases
foram: trabalhos publicados de 2011 a 2017, em texto completo, na língua portuguesa, e que
discutissem a implementação das Práticas Integrativas e Complementares (PICS) na atenção básica.
Conforme literatura, o poder executivo passou a recomendar o uso das PICS em programas, ações e
projetos após aprovação da PNPIC, a fim de favorecer a ampliação do acesso àquelas pelo Sistema
Único de Saúde (SUS), difundindo-as para além dos serviços privados (SANTOS; TESSER, 2012).
Todavia, os profissionais de saúde ainda enfrentam dificuldades para a efetivação de tais práticas no
contexto do SUS (SCHVEITZER; ZOBOLI, 2014). Geralmente, observa-se o despreparo estrutural
das Unidades de Saúde com espaços limitados, financiamento escasso e insuficiência de recursos
humanos capacitados, como também, percebe-se a necessidade de diretrizes operacionais, que deem
suporte à materialização das PICS com os outros serviços de rede básica (SANTOS; TESSER,
2012). Portanto, conclui-se que as Práticas Integrativas e Complementares configuram-se na
atenção básica, como estratégias importantes para a assistência à saúde, na perspectiva de contribuir
para a oferta de um serviço que visualize o indivíduo para além da patologia, de forma integral.
Entretanto, sabe-se que a expansão da PICS vem ocorrendo de forma gradual, sendo necessário que
os recursos humanos sejam capacitados e que haja melhorias estruturais nos serviços para que se
alcance a consolidação dessas práticas, favorecendo a prestação de um atendimento humanizado a
partir do uso de tecnologias leves e, por fim, de um cuidado integralizado.