Procurando transcender a biomedicina, o Projeto de Extensão: “Práticas de Cuidado” articula práticas na Atenção Básica e na Universidade, de forma a incorporar e produzir novas formas e redes de cuidado. As vivências ocorrem na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e em alguns Postos de Saúde da Família, no município de João Pessoa, e vêm promovendo o contato dos usuários do SUS com as práticas integrativas e outras formas de escuta e cuidado – sendo de extrema importância e muito discutidas atualmente a existência dessas na Atenção Primária. O projeto também serve à comunidade acadêmica, articulando discussões e atividades com outros projetos e programas de extensão que se aproximem da temática do cuidado, das PICS e do acolhimento ao estudante, bem como realiza cursos, minicursos e oficinas de formação para alunos e profissionais. No desenrolar do projeto, também busca-se fomentar espaços de cuidado aos estudantes, técnicos administrativos e professores dentro da universidade. Apesar do ensino na UFPB ainda estar distante de incorporar as PICS de maneira mais integral, existem algumas disciplinas dos cursos de saúde como por exemplo homeopatia, fitoterapia e acupuntura, e a extensão mostra-se como uma importante possibilidade de preencher algumas lacunas e aprofundar o estudo nessas práticas, articulando o cuidado e ensino em saúde. O projeto busca levar os extensionistas a refletir sobre a Política Nacional de Práticas Integrativas e suas potencialidades no SUS, observando as interferências que essas práticas tem provocado nas Equipes de Saúde da Família e na Universidade. Como consequência os extensionistas também refletem sobre suas próprias práticas no cotidiano do ensino e do serviço, se colocando como agentes transformadores da realidade e não mero observadores das situações-problema que serão encontradas, atuando a partir das demandas e necessidades das equipes e população onde estão inseridos, sempre seguindo os princípios da Atenção Básica. Dessa forma, utilizando conceitos de saúde popular, surge a compreensão da interferência da realidade social e determinantes sociais no processo de promoção de saúde, o que acaba por fomentar e ampliar a participação popular e controle social no SUS. Nesta perspectiva, este artigo traz o relato da experiência do projeto no ano de 2017 e traz reflexões dos diversos sujeitos-atores sobre estas experiências vivenciadas até o atual momento do projeto.