A formação vivencial visa articular saberes disciplinares e saberes da vida, mostrando-se como uma possibilidade de compreensão da dimensão formativa, uma estratégia que exige um novo fazer em sala de aula com metodologias ativas e problematizadoras (Cavalcanti, 2010). É um processo que a partir da realidade discente e da sua vivência no mundo articula os conteúdos cognitivos que emergem da temática tratada, envolvendo conhecimento de si, do outro e do contexto a ser trabalhado. Configura-se como uma formação a partir de um fluxo contínuo de descoberta do externo a partir de si mesmo (Sampaio, 2012). Aprendemos com Paulo Freire que o processo educativo é uma ação libertadora e produtora de autonomia quando processado de forma dialógica e vivencial. Vários estudos situam a prática pedagógica vivencial como lugar de produção de sujeitos; porém poucas são as investigações que articulam a formação ativa como espaço facilitador de cuidado integral para os seus participantes. Este trabalho relata uma experiência de formação no curso de práticas integrativas, estando a autora inserida nesse processo. Neste relato objetiva-se analisar o uso da pedagogia vivencial como estratégia para a promoção do autocuidado e das transformações na corporeidade dos sujeitos envolvidos, com base nas produções textuais e orais dos discentes. O universo de estudo foram os alunos participantes do Curso de Especialização em Cuidados e Práticas Integrativas em andamento, promovido pela Escola de Saúde da UFRN. A coleta de material foi realizada com base na disponibilidade e adesão dos alunos que permitiram a publicização dos conteúdos dos depoimentos. Foram analisados os relatos escritos dos discentes e também os depoimentos colhidos em sala de aula, através da avaliação dos módulos já realizados no curso. A partir das narrativas escritas e faladas foram encontrados os seguintes resultados: aumento da concentração e percepção em sala de aula pelo uso de técnicas ativas e vivenciais; melhora da qualidade do sono após a aplicação dos exercícios que envolvem as práticas corporais; redução das dores corporais pelo uso das técnicas de relaxamento; melhor apreensão dos conteúdos cognitivos facilitada pelas metodologias significativas. Neste sentido conclui-se que essa metodologia adotada permite a expansão dos conteúdos cognitivos e corporais trabalhando a integralidade do ser e possibilitando através dos processos de formação um set de cura e não de opacidade como se destaca nas pedagogias tradicionais de transmissão de conteúdos.Para além da corporalização do conhecimento é vivenciado também um bem estar físico, acolhido e referenciado pela ausência de dores e incômodos. Um corpo que responde ao bem estar da alma, quando se é um aprendente ativo.