Introdução: O uso das plantas medicinais pelos seres humanos faz parte de seu modo de sobrevivência, tanto para suprir necessidades urgentes, como nos processos de adoecimento e no uso simbólico. A inserção das plantas medicinais nos sistemas de saúde tem sido incentivada em todo mundo pela OMS, seja como fitoterapia ou inatura. No Brasil, o uso das plantas medicinais pelos povos indígenas e pelas populações é muito antigo, embora muitos povos tradicionais e população em geral tem modificado esta prática. Assim, faz-se necessário estimular os jovens a reconhecer essa prática. O Encontro Saberes da Caatinga buscou valorizar o saber tradicional, apoiando e disseminando o conhecimento das práticas ancestrais de cura. Objetivo: Conhecer e estimular o reconhecimento do saber tradicional no uso das plantas medicinais na caatinga. Metodologia: Foi realizado um encontro entre os dias 20 a 22 de janeiro de 2017 para troca de saberes entre rezadores, parteiras e raizeros conhecidos da região da chapada do araripe que envolve três estados, Pernambuco, Piauí e Ceará. O evento foi aberto ao público, precisando de inscrição antecipada, sendo aberta 100 vagas. Todos os raizeiros foram convidados para falar sobre sua experiência com o uso da planta, cada raizeiro escolhia antes do evento sobre qual planta iria falar. Durante três dias os raizeiros se encontraram e formaram uma roda no qual era passado um bastão após dizer o nome da planta e cada um falava da sua experiência com a mesma. Resultados e Discussão: O encontro contou com cerca de 150 convidados, entre eles parteiras, rezadores e raizeiros e cerca de 100 ouvintes. Foram citadas 27 plantas presentes na caatinga para o uso de afecções do aparelho respiratório, digestório, urinário, renal, além de sintomas comuns a muitas enfermidades. Foram encontradas pesquisas em regiões da caatinga que evidenciaram o uso de plantas citadas pelos raizeiros. Como forma de uso mais comum estão os chás e a parte da planta mais usada são as folhas. Conclusão: A demanda de jovens e da comunidade para ouvir os raizeiros foi muito grande demonstrando que a população anseia por esses saberes. Para os rezadores foi um momento de muita troca e alegria, pois eles sentiram que estavam sendo ouvidos e que a experiência deles estava sendo partilhada.