A fitoterapia é uma das práticas integrativas que mais se difundiu no decorrer dos últimos anos, e seu uso no Brasil tem como incentivadores a grande biodiversidade e o baixo custo, propiciando o interesse dos programas de assistência em saúde e até mesmo da população no uso dessa prática. A alguns anos, vem aumentando consideravelmente as pesquisas envolvendo fitoterápicos através do incentivo do Ministério da Saúde, em que um dos fatores foi a implantação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares e a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, no intuito de aumentar o arsenal de plantas medicinais incluídas na lista do SUS. Nessa perspectiva, o presente trabalho teve por objetivo avaliar/ propiciar a inserção de programas que visem a utilização racional da fitoterapia, e para isso foi realizado um levantamento bibliográfico de como essa prática vem sendo utilizada no SUS. Trata-se de um estudo descritivo, utilizando as bases de dados LILACS, PUBMED e Periódicos Capes. Dos 109 artigos encontrados, foram utilizados 25, dos últimos 10 anos nos idiomas português e inglês. A literatura mostra uma diversidade de formas de contribuição da fitoterapia para a atenção primária a saúde (APS). Visto que a APS é baseada no princípio da universalidade e também da participação social. Verificou-se como benefícios a valorização do conhecimento popular/ tradicional sobre o uso de plantas medicinais utilizadas no cotidiano, incentivando o interesse da população e permitindo uma troca de saberes, sendo assim, fortalecendo seu uso racional. Possibilitou também a redução da medicalização pelo acréscimo de novas opções terapêuticas em algumas situações clínicas apresentadas no dia a dia das UBS’s. Estimulou a autonomia do usuário pelo maior envolvimento em seu tratamento através da participação em ações de educação em saúde promovidas pelos próprios profissionais da área, criando vínculos com a comunidade e aumentando assim a qualidade e eficácia dessa prática terapêutica. No entanto, a resistência de alguns profissionais, principalmente por não terem conhecimento sobre o assunto, foi dita como um dos principais impedimentos à consolidação dessa prática. Nesse contexto, a fitoterapia pode e tem por obrigação de ser vista como uma interação de práticas e saberes que visa a valorização cultural, a biodiversidade e solidariedade ao próximo.