O desenvolvimento de resistência dos microrganismos aos antimicrobianos disponíveis no mercado, tem se tornado um problema cada vez mais sério, e difícil de ser solucionado, levando a necessidade de buscas por alternativas para solucionar esse problema (Fonseca et al., 2014). Essa tolerância se dá por diversos mecanismos, como, uso indevido e irracional dessa classe de medicamentos, que como consequência ocasiona o comprometimento do processo saúde-doença dos indivíduos (Almeida et tal., 2013). A espécie Allium sativum, popularmente conhecida como alho, e seus extratos têm sido citado, desde a antiguidade, como uma espécie vegetal de uso medicinal para tratar diversas patologias, e em especial infecções, apresentando-se como uma alternativa promissora, para ser utilizado como medicamento fitoterápico, podendo ser utilizado em associação com os antimicrobianos ou de forma independente, com objetivo de combater cepas resistentes. Há evidências na literatura de que A. sativum tem demonstrado atividade biológica contra bactérias e fungos, sendo o maior espectro de ação atribuído a alicina, principal constituinte dessa espécie. Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo analisar a efetividade de Allium sativum no tratamento antimicrobiano e sua associação com antibióticos no combate a cepas multirresistentes. Para isso, uma revisão bibliográfica, no período de 2010 a 2017, utilizando as bases de dados Science Direct, PubMed, Scielo e Google Acadêmico, nos idiomas inglês e português. Foram encontrados 22 artigos, sendo selecionados 17, os 5 artigos foram excluídos por não apresentarem conteúdo da área de interesse. Em todos os estudos consultados foi descrito algum tipo de atividade antimicrobiana da espécie vegetal em questão, havendo variação conforme o tipo de extrato, tipo de microrganismo e espécie. Foram feitos testes de diâmetro do halo de inibição com diversas bactérias, tanto gram-positiva, como gram-negativa e, fungos, utilizando extratos de A. sativum do tipo, in natura, aquoso, etanólico, hidroalcóolico e, também seus óleos essenciais. Também foram feitos testes de sinergismo entre os extratos dessa planta e os antibacterianos e antifúngicos da prática clínica convencional, com intuito de observar se houve o aumento do potencial de ação contra cepas que apresentam resistência. Além dos testes de sinergismo, foram feitas avaliações da efetividade de A. sativum, comparando-se os resultados obtidos do diâmetro do halo de inibição com os dos antimicrobianos utilizados na prática clínica. Os estudos demostraram que A. sativum apresenta atividade tanto para bactérias gram-positivas como gram-negativas, como também apresentou resultados satisfatórios à respeito da inibição de fungos. Diante dos resultados expostos, foi possível perceber que a capacidade antimicrobiana de Allium sativum variou conforme o tipo de extrato, concentração e tipo de microrganismo analisado, podendo ser a causa de alguns testes não terem obtido resultados satisfatórios. De modo geral foi observada ação promissora contra os diversos patógenos testados, como também em associação com outros fármacos, assim uma alternativa viável para ser utilizado na terapêutica de forma individual ou complementar, para combater de microrganismos multirresistentes, mas ainda há a necessidade de avaliações adicionais, para se ter a segurança e efetividade comprovada.