Este presente trabalho é consequência de um projeto de estágio da graduação de Psicologia na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ) realizado em uma Estratégia Saúde da Família (ESF). O que irá se apresentar é um recorte e valorização de falas de idosos, o desafio era dar uma nova roupagem a fala destes sujeitos, bem como, possibilitar que a medicina tradicional e seu conhecimento em relação às plantas medicinais (em especial os chás) tivessem seu devido valor no tratamento. A partir desta proposta de escuta destes sujeitos, valorizar e implantar as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS). O trabalho realizado no estágio foi à construção de um espaço discursivo para possibilitar a fala destes sujeitos que por vezes vivem em uma completa invisibilidade na sua comunidade e em casa, bem como, o apoio terapêutico a Estratégia Saúde da Família; acompanhamento nas visitas domiciliares com os agentes comunitários de saúde e valorização do conhecimento dos sujeitos em questão sobre as plantas medicinais como recurso terapêutico. Vivemos na sociedade do consumo, do descartável, da jovialidade, da beleza, das descobertas, da evolução, em que os idosos já não são mais referenciais. Enfim, apesar de toda evolução da medicina moderna e suas inúmeras possibilidades tecnológicas, não podemos esquecer e desqualificar o conhecimento sobre as ervas medicinais perpassado entre as gerações, para desta forma o mesmo não perder o seu valor no tratamento e também nas relações sociais. Nesta perspectiva o trabalho realizado com estes idosos foi de imprimir e valorizar o seu conhecimento sobre as plantas medicinais através das PICS, como forma de evidenciar a multiculturalidade do território. Rememorar, reviver e redescobrir a vida todos os dias se faz fundamental para oportunizar a qualidade de vida dos idosos no processo de cuidado e produção de saúde.