É a partir dos diversos encontros afetivos entre a arte, a saúde mental, a educação popular e as práticas integrativas na militância pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pela Reforma Psiquiátrica que essa experiência surge. Um sonho que vem sendo tecido faz muito tempo, emaranhado em afetos que circundam a minha prática diária na saúde mental e o enfrentamento de desafios constantemente. Recentemente, essa teia de sonhos e projetos vem ganhando força e sustentação no contexto do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Currais Novos com apoio da equipe e da gestão local. Neste contexto, surge o Projeto (Ins)Piração, experiência sobre a qual me debruço neste relato e compartilho reflexões e afetações que estão sendo tecidas e vividas desde dezembro de 2016. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, na modalidade de Relato de Experiência. Utilizamos a experiência como objeto de estudo e interpretação teórica, reconstruindo e objetivando o vivido, o que permite maior aproximação dos ensinamentos, das potencialidades e das lacunas intrínsecas na experiência vivida. Através dessa experiência pretendo refletir sobre as possibilidades de atuação com PICs e expressões artísticas na promoção do cuidado em saúde mental a partir do olhar dos profissionais. Além de problematizar desafios e potencialidades de articulação entre os trabalhadores da RAPS e a APS no cuidado e promoção em saúde mental e descrever como se dá a participação dos profissionais do CAPS e NASF em ações territoriais de cuidado e promoção de saúde. Por fim, ancorados no diálogo e no protagonismo dos sujeitos, está sendo possível promover espaços de criação e reflexão que potencializam a autonomia dos trabalhadores e dos usuários, em especial, os usuários da Rede de Atenção Psicossocial e usuários do CAPS.