Artigo Anais do X Congresso Internacional de Educação Fisica e Motricidade Humana e XVI Simpósio Paulista de Educação Física

ANAIS de Evento

ISSN: 2527-2268

TERAPIA DO ESPELHO MELHORA A FUNÇÃO E A DESTREZA MANUAL DE PACIENTES COM DOENÇA DE PARKINSON

Palavra-chaves: DOENÇA DE PARKINSON, TERAPIA DO ESPELHO, FUNÇÃO MOTORA MANUAL, DESTREZA MANUAL Comunicação Oral (CO) AT01 - FISIOLOGIA E BIOQUÍMICA DO EXERCÍCIO; BIODINÂMICA DO RENDIMENTO E TREINAMENTO ESPORTIVO; SAÚDE E REABILITAÇÃO
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Publicado em 15 de junho de 2017

Resumo

A doença de Parkinson (DP) tem início unilateral e afeta o processamento e a integração das informações proprioceptivas, comprometendo a função e a destreza manual. Uma estratégia que poderia ser eficaz na DP é a terapia do espelho (TE), já que propõe melhorar déficits sensórios-motores de pacientes com acometimento neurológico unilateral. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a efeito da TE na função e destreza manual de pacientes com DP. Participaram do estudo 14 pacientes, destros, preservados cognitivamente e com comprometimento motor leve da doença, distribuídos nos grupos - grupo intervenção (GI) e grupo controle (GC). Os pacientes foram avaliados pré e pós-intervenção quanto: função motora manual pela Escala de Fugl-Meyer para Membros Superiores e destreza manual pelo Box and Blocks Test, que consiste em transferir o maior número de blocos durante um minuto. Ambos os membros superiores foram avaliados: lado mais afetado (LMA) e menos afetado (LME). O protocolo de intervenção da TE, realizado pelo GI, consistiu de treino unilateral do LME, com duração de 30 minutos diários, 5 dias por semana, durante 6 semanas consecutivas, em domicílio. O GC não realizou o protocolo de intervenção. Para comparar o efeito da TE, as variáveis dependentes foram analisadas por meio de MANOVAs com três fatores: Grupo (GI vs GC), Membro (LMA vs LME) e Momento (pré vs pós-intervenção), com medidas repetidas nos dois últimos fatores. Testes post hoc de Bonferroni e ajustes no nível de significância (p≤0,05) foram empregados quando interações foram reveladas. As análises multivariadas apontaram interação entre os fatores grupo, membro e lado (Wilks' Lambda= 0,350, F(2,11)=10,201, p=0,003). Para a função manual, o teste post hoc revelou diferença entre momentos para o LMA do GI (p=0,002), demonstrando que a TE foi efetiva em melhorar a função manual do LMA pós-intervenção; não foram encontradas diferenças para GC. Para destreza manual, o GI apresentou maiores valores após intervenção para ambos os lados (LMA: p=0,004; LME: p=0,031), demonstrando que a TE foi eficaz em aumentar o número de blocos transferidos; enquanto, no GC foi observada redução do número de blocos transferidos com o LME (p=0,015) e manutenção do desempenho do LMA. Os resultados demonstram que o feedback visual do LME proporcionado pelo espelho foi capaz de suprimir as informações proprioceptivas deficitárias provenientes do LMA, contribuindo para mudança dos impulsos eferentes e melhora da função e destreza manual do LMA. A não realização da intervenção resultou na piora da destreza manual do LME, indicando uma provável progressão da doença para o lado contralateral, tal fato demonstra a importância da realização da TE assim que a doença for diagnosticada, na tentativa de retardar a progressão do comprometimento motor do membro superior contralateral. Apoio CNPq. E-mail: ju_lahr@hotmail.com

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