O paradesporto surgiu como uma forma de reabilitação para pessoas que adquiriram algum tipo de deficiência após a II Guerra Mundial. Na atualidade, é visto como potencial fator de inclusão social e precursor de melhorias na qualidade de vida de pessoas com lesão medular (LM). Entretanto, apesar dos benefícios observados com a prática esportiva, poucas são as pessoas com LM engajadas nas mesmas. Dentro deste contexto, é importante conhecer o perfil desses praticantes, em busca de identificar informações que poderiam ser importantes para a elaboração dos treinamentos e para motivar outras pessoas com LM à pratica esportiva adaptada. Assim, este estudo objetivou avaliar o perfil de um grupo praticante de paradesporto, com relação às suas condições sociais, físicas e econômicas. Participaram do estudo, 10 praticantes de paradesporto (6 do Basquete e 4 do Ruby), sendo 80% homens e apenas 20% mulheres. A média de idade do grupo é de 41 ± 13 anos. Para a coleta de dados foi utilizado um questionário contendo perguntas referentes ao perfil dos participantes no que tangenciou suas condições sociais, físicas e econômicas. Em relação à escolaridade, a maioria (50%) apresentou formação completa no Ensino Médio e apenas um participante tinha completado o Ensino Superior. A renda mensal para 70% deles está entre um a três salários mínimos. Quanto à condição motora, 50% apresentavam diplegia e outros 40% tetraparesia. Ainda nenhum participante relatou apresentar algum tipo de patologia. A média de tempo de lesão em meses da amostra foi de 129 ± 82. A média de tempo de prática de paradesporto foi de 498 ± 217 min/semana. Pode-se dizer, assim, que o grupo avaliado apresentou um nível de prática de exercício físico adequado. Quanto à ocupação laboral, a maioria (80%) relatou ser aposentado/a por invalidez. O fato de a maioria das pessoas serem do sexo masculino está de acordo com aquilo que fora encontrado na literatura, que afirma que existe uma maior incidência de homens vítimas de lesões medular. O fato de apenas um participante ter formação completa em nível Superior pode ser consequência das poucas oportunidades oferecidas a essa população e à sua baixa renda mensal. O fato de a maioria ser aposentada pode ter facilitado a participação em programas esportivos, uma vez que grande parte desses projetos são desenvolvidos no período diurno e durante os dias úteis da semana. Por outro lado, estudos mostram a importância do trabalho na qualidade de vida de pessoas com deficiências, uma vez que ao possuírem emprego sentem-se mais produtivas em relação aos desempregados e/ou aposentados. Pode-se sugerir que o esporte adaptado contribui com a saúde desses praticantes, uma vez que os mesmos relataram não ter nenhum problema de saúde. Assim pode-se sugerir programas esportivos adaptados para pessoas com deficiência física em horários contrários ao horário comercial, para que os indivíduos que não estão aposentados possam participar. Apoio CEPeD/UNIFAFIBE.