Investigações que proporcionam maiores informações sobre as condições que são favorecedoras para uma boa qualidade de vida na velhice, bem como, as variações que o processo de envelhecimento acarreta no ser humano, é pretendido cientificamente e socialmente. Além disso, tentar entender os indicadores subjetivos de mulheres em diferentes faixas etárias (FE), escolaridade (ES), classe social (CS) e capacidade funcional (CF) de usuárias de um programa público de saúde, pode contribuir para compreensão de algumas alterações psicológicas do processo de envelhecimento feminino. O objetivo do estudo foi identificar o nível de Satisfação Global com a Vida (SGV) na FE, ES, CS e CF de mulheres usuárias de uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Para isso, foi preciso realizar 6 (seis) encontros com a Equipe de Enfermagem (EE) e os Agentes de Saúde (AS) de uma UBS para fins de capacitação e identificação dos participantes para realização do sorteio aleatório dos pesquisados. Ao longo de 6 meses, o grupo de EE e AS pesquisou 186 mulheres (≥50 anos M=67,2±7,2), moradoras da periferia de São Paulo-BR onde responderam aos questionários composto por Idade, ES, CS, CF e ESG. Para a análise estatística dos dados, foi utilizado ANOVA fator único e em seguida o post-hoc de Bonferroni com nível de significância de (p=0,05). No geral, foi considerado elevado nível de SGV (8,67 DP=1,88) entre as pesquisadas, assim como na relação entre o nível de SGV com os domínios FE (F=0,300 p=0,825), ES (F=1,137 p=0,498) e CS (F=0,520 p=0,721). No entanto, foi identificado nível de SGV inferior no grupo com a CF baixa; para o grupo de CF a média e alta (F=6,05 p=0,005). Atribuímos os valores homogêneos da FE, ES e CS por pertencerem a mesma comunidade, denotando certas características semelhantes quanto à adversidade social vivida, favorecendo o nível de relacionamento social e a autonomia, o que contribui para uma melhor percepção da SGV, mas a perspectiva de perda da CF demonstrou ser um elemento determinante na percepção subjetiva. Com isso, destacamos a importância de ações em prol da Promoção da Saúde não apenas a partir das condições sócio demográficas, mas, considerando a CF para obter melhorias na percepção do indicativo de SGV, influenciando na saúde e autonomia de mulheres.