O presente estudo tem como objetivo relatar e analisar o processo formativo de alunos, de pós-graduação stricto sensu em Educação Física, sobre a temática da inclusão e diferença. Durante as discussões realizadas na disciplina Inclusão e Diferença na Educação Física oferecida no Programa de Pós-Graduação da Universidade São Judas, construímos um percurso formativo voltado para a reflexão de alguns termos, como: identidade, diversidade, diferença, multiplicidade, alteridade, dentre outros. A partir de referências teóricos, elaboramos nossa construção e produto final visando as múltiplas linguagens e possibilidades de aprendizagem. Os encontros foram realizados uma vez por semana, durante 2 meses, com duração de aproximadamente 4 horas e meia. Foram discutidos e realizadas leituras de nove textos de referência, que instigaram nossa reflexão e culminaram na construção de elaborações capazes de divulgar as aprendizagens realizadas durante o processo de formação. Nas discussões, refletimos sobre o papel da escola e seus desafios na sua árdua missão e percebemos que é preciso adotar uma postura crítica e coletiva para com a temática inclusão, fazer com que a comunidade escolar mude seu próprio corpo, aprendizagem e experiência e não seja espaço de ações que reduzem o diferente a uma visão patologizante ou segregadora, mas que compreenda ações educativas para além da simples tolerância e aceitação. A escola deve viver a diferença como um destino e não como tragédia a ser remediada. Com essa dimensão, foram concretizadas três sínteses reflexivas constituídas por meio de análise de vídeo, jogos de representação com alunos do ensino fundamental II e um estudo de caso de produção gráfica de um aluno com Transtorno do Espectro Autista. As discussões instigaram a compreensão das ações ligadas a multiplicidade, que configuraram um processo ativo, produtivo e em constante movimento, que promove a diferença e se recusa a se fundir ao idêntico. Salientamos ainda, que a partir da reflexão epistemológica da disciplina, foi possível construir novas práticas pedagógicas que não tinham como princípio a metástase de uma visão de exclusão, mas tiveram como objetivo a metamorfose das ações educativas dentro e fora do ambiente escolar.