Introdução: A obesidade pode afetar diver¬sos sistemas corporais, dentre os quais o respiratório merece especial atenção, uma vez que aumento de gordura corporal promove alterações na mecânica respiratória, na tolerância ao exercício, nas trocas gasosas pulmonares, no controle do padrão respiratório, na força e endurance dos músculos respiratórios. Assim, tão importante como a avaliar a função pulmonar, é a avaliação da capacidade física, especialmente para identificar indivíduos que necessitam de intervenções para melhorar a tolerância ao esforço. Objetivo: Correlacionar variáveis antropométricas e espirométricas com os testes de caminhada (TC6) e degrau de seis minutos (TD6) em adolescentes obesos. Métodos: Foram avaliados 15 adolescentes entre 12-16 anos de idade, sem comorbidades prévias, irregularmente ativos ou ativos, de ambos os gêneros que foram submetidos a uma bateria de testes de avaliação (antropométricos, espirométricos e testes funcionais). À avaliação os participantes realizaram uma familiarização para cada teste funcional. Na sequência a ordem de execução dos testes de TC6 ou TD6 era aleatorizada por meio de sorteio de envelopes selados e lacrados e, respeitava um intervalo de 30 minutos entre cada teste. Resultado: foi observada uma correlação positiva entre capacidade vital forçada (CVF) e volume expiratório forçado no primeiro minuto (VEF1) com a idade (r=0,70, para ambos; p<0,05), e entre VEF1 com massa corporal (r=0,71; p<0,05) e estatura (r=0,86; p<0,05). Houve uma correlação positiva entre FEF25-75% com a estatura (r=0,69; p<0,05); entre CVF com estatura (r=0,68; p<0,05), massa corporal (r=0,63; p<0,05) e IMC (r=0,57; p<0,05); e entre VEF1 e com IMC (r=0,56; p<0,05). Ao correlacionar as variáveis antropométricas e espirométricas com a distância percorrida no TC6 e o número de degraus atingidos no TD6, foi observada uma correlação negativa entre estatura e distância percorrida (r=-0,57; p<0,05); porém entre idade, massa corporal, IMC e variáveis espirométricas com os desfechos dos testes funcionais foram observados um coeficiente de correlação entre 0,39 e 0,20 (p>0,05). Ao correlacionar desfechos entre si estes demonstraram uma correlação positiva (r=0,55; p<0,05) entre a distância percorrida e o número de degraus alcançado. Conclusão: adolescentes obesos com maior adiposidade apresentam menor desempenho em ambos os testes funcionais, embora demonstrassem melhores valores espirométricos.