Entre as crianças, percebe-se o surgimento de novas preferências lúdicas, substituindo atividades tradicionais que envolvem esforço físico pelas inovações eletrônicas. O tempo que crianças despendem em atividades se¬dentárias (assistir televisão, jogos eletrônicos e uso de computadores e celulares) é considerado um problema de saúde pública devido à sua associação com desfechos negativos em saúde. Sendo assim, o objetivo da presente pesquisa foi investigar a associação entre atividade física de crianças e a relação entre tempo de tela e variáveis independentes. Para tanto a amostra foi composta por 270 crianças de ambos os sexos (7 a 12 anos de idade) atendidas por cinco Unidades Básicas de Saúde (UBS) de diferentes regiões da cidade de Bauru, SP. A atividade física e o tempo da tela foram avaliados através do questionário Physical Activity Questionnaire for Older Children (PAQ-C). Para a presente investigação, foi determinada a média dos escores do PAQ-C, sobre a qual se estruturaram níveis de atividade física por tercis. Foram considerados os menos ativos os participantes que se localizaram no primeiro tercil, e os mais ativos no tercil superior. Para tempo de tela, utilizamos valores inferiores a 2 horas/dia como ponto de corte. Além do tempo de tela, outras variáveis independentes foram investigadas como: sexo, índice de massa corporal (IMC), circunferência de cintura e condição econômica. Como resultados tivemos que IMC, circunferência de cintura e condição econômica não mostraram associação com o nível de atividade física. Os meninos apresentaram maior probabilidade de estarem ativos quando comparados às meninas [OR = 2,60 (IC 95% = 1,45;4,67)], assim como, as crianças que possuem tempo de tela inferior a duas horas apresentam mais chance de estarem no grupo das mais ativas [OR= 0,40 (IC 95% = 0,23;0,70)]. Em relação ao tempo de tela, as crianças gastaram em média 2,6 + 1,5 horas por dia nesse tipo de atividade. As crianças que acumularam menos tempo na tela tiveram maior probabilidade de estar no grupo mais ativo. O nível de atividade física não mudou significativamente até os dez anos de idade, entretanto notou-se redução significativa nos escores de atividade física a partir dessa idade, que se mantiveram decrescentes dos 10 aos 12 anos de idade. No que diz respeito ao tempo de tela, a situação foi o oposto, com a quantidade de tempo gasto neste comportamento aumentando ao longo dos anos. Em conclusão, nossos resultados apresentaram associação entre níveis baixos de atividade física e altas quantidades de tempo de tela entre crianças e adolescentes, mostrando que é necessário estimular o estilo de vida ativo, diminuindo o tempo gasto na TV, computadores, telefones celulares e videogames. Apoio CNPQ.