O Diagnóstico Pre-Implantacional (DGP) é uma ferramenta utilizada durante o procedimento da Fertilização In vitro (FIV) com o objetivo de dar condições aos médicos e pais a selecionar o melhor embrião para a implantação no útero materno, assim, através dessa técnica torna-se possível separar entre embriões com prováveis doenças genéticas e embriões sadios. Dessa maneira, tal seleção entre embriões criopreservados leva a construção de duas categorias: embrião viável e inviável. A determinação de um embrião viável e inviável está diretamente relacionado a dois critérios, a presença de doença genética (exemplo: síndrome de down, síndrome de turner, anemia falciforme e entre outros), bem como a probabilidade de se gerar uma gravidez na implantação no útero materno. Nesse cenário, pode-se observar a construção uma categoria social, os chamados bebês milagres, assim compreendido como aquele programado geneticamente para nascer, mediante o procedimento da fertilização in vitro para curar algum familiar que precisa de transplante em face de doença grave prévia. Os bebês milagres têm ganhado cada vez mais destaque no cenário médico e discussão na bioética, pela possibilidade de seleção genética e necessidade de obtenção de um ser compatível geneticamente para doar. Dessa maneira, o objetivo do presente trabalho é discutir a produção do bebê milagre a partir da prática médica que se encontra inserida numa relação de consumo, onde o planejamento familiar também expressa relação econômica. Portanto, pretende-se discutir essa realidade a partir do uso das categorias otimização da vida presente em Nikolas Rose e biossociabilidade em Rabinow, a fim de problematizar essa relação entre a otimização da vida num contexto de relação de consumo, para tanto se utilizará uma metodologia pautada numa revisão bibliográfica.