A extensão universitária, atualmente, configura-se como instrumento acadêmico para a efetivação do compromisso do meio estudantil para com a sociedade. Ela tem a finalidade de criar um elo entre essas duas áreas, direcionando assim novos caminhos para a sociedade e promovendo a educação continuada. É necessário, por parte da instituição de ensino, apresentar uma concepção do que a extensão tem a oferecer à comunidade em geral, bem como desenvolver metodologias de atuação que permitam aplicar na prática os conhecimentos absorvidos em sala de aula e desenvolvê-los fora dela. Intimamente relacionada ao extensionismo universitário e à sua fundamental proposta de atenção à saúde coletiva, está a atuação indispensável da medicina preventiva contra os principais agravos de saúde sob uma perspectiva multiprofissional. Isto posto, este estudo visa mostrar à comunidade científica o quanto a associação entre essas duas grandes ferramentas da Saúde Pública – o extensionismo universitário e a medicina preventiva - podem gerar resultados extremamente positivos e edificadores para ambos. A motivação para o aprofundamento acerca desse tema surgiu durante as práticas do Projeto, cujo foco era a medicina preventiva dentro da comunidade. Após um ano dedicado a essa relação extensão-ensino-comunidade, ficou notória a sua importância e a necessidade de relatar o conhecimento adquirido por seu intermédio. Este artigo trata-se de um relato de experiência realizado por acadêmicas de medicina. Ele foi vivenciado no município de Cabedelo - PB, e sua vivência foi realizada por meio de visitas à Policlínica, no período de agosto de 2016 a junho de 2017, onde foram realizadas palestras sobre temas previamente escolhidos para os usuários que estavam na espera de suas consultas. Em um ano de participação no PAS-Mulher, foram escolhidos temas baseados nas orientações de uma das ginecologistas que atende no campo de prática da extensão, nos prontuários e em conversas informais com as usuárias. Dentro dos temas abordados, houve foco na importância da prevenção e do acompanhamento ginecológico anual, além de falar sobre as manifestações clínicas iniciais e do tratamento, trazendo todo esse conteúdo de forma simples e com linguagem verbal clara e de fácil entendimento. Buscou-se a participação ativa dos pacientes, para que eles pudessem esclarecer suas dúvidas desde as mais abrangentes até as mais especificas. Diante do exposto, fica nítida a importante contribuição da prática do projeto de extensão na graduação médica dos extensionistas. Foi ratificado então na prática a realidade de um Sistema Único de Saúde sobrecarregado, que conta com uma necessidade maior de atuação na saúde básica preventiva. Diante desta situação, descobriu-se o quanto é importante transmitir à população conhecimentos simples do dia a dia, mas que quando não aplicados podem acarretar importante prejuízos à saúde. Através da transmissão de tais saberes, contribui-se também na melhoria do atendimento, na prevenção de doenças e na maior adesão ao tratamento. Em suma, através da experiência aqui relatada, foi agregada à formação médica uma base importante para a atuação profissional em contato direto com a população, além de servir como experiência e estímulo para a busca de melhorias para saúde pública.