A inserção dos psicólogos nos hospitais gerais brasileiros é recente, sendo datados os primeiros registros a partir da década de 50. Atualmente há um crescimento do número deste profissional neste contexto, e, como novo campo de atuação da Psicologia, que contém uma própria dinâmica, nota-se que as peculiaridades desse trabalho foram exigindo dos profissionais uma nova postura, teórica e prática, mais voltada para atender à nova demanda, porém, o embasamento teórico-prático não está bem coeso entre os profissionais que atuam nesta área. Assim, torna-se importante a sistematização das intervenções a serem realizadas neste contexto, baseado em um instrumental técnico e científico, para, desta forma, estruturar o serviço de psicologia e possibilitar o desenvolvimento de práticas fundamentadas em evidências, além de produzir conhecimentos que direcionam e unificam a atuação, auxiliando na valorização e reconhecimento da profissão. Portanto, o objetivo deste trabalho consiste em relatar a experiência do setor de psicologia na estruturação de documentos que visem a sistematização das ações desenvolvidas e facilitem o seu acompanhamento através de instrumentos de estatísticas. Trata-se de um estudo descritivo, de natureza qualitativa, do tipo relato de experiência da prática profissional em Psicologia Hospitalar, desenvolvida pelo setor de psicologia do HULW, cujo design possibilita a verificação da prevalência de atividades realizadas em âmbito hospitalar. Foram realizadas reuniões para definir cada atividade a ser realizada, constituindo assim, um glossário para o setor de psicologia. A descrição dos itens foi embasada em textos sobre psicologia da saúde, nas resoluções do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e pela própria prática no hospital. Os itens a serem preenchidos, caso sejam realizados naquele dia, são: o número total de usuários atendidos, contado com paciente e acompanhantes ou visitantes; admissão psicológica, que seria o primeiro contato com o usuário; apoio e acolhimento psicológico, uma disposição afetiva, uma atitude de escuta qualificada, que visa receber e aceitar a demanda trazida pelo paciente; intervenção psicoeducativa, o estabelecimento de um fluxo de informações do psicólogo para o paciente e vice-versa, com o objetivo de familiarizar os pacientes e acompanhantes em relação a sua doença, aos procedimentos clínicos e rotinas da hospitalização; intervenção psicoprofilática, aquela que sugere um enfoque preventivo, cuja principal finalidade é minimizar os riscos cognitivos e afetivos; intervenção psicoterapêutica, trabalho com a ressignificação da situação de adoecimento/hospitalização/tratamento através de reestruturação cognitiva e o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento; evolução no prontuário, pautada em uma conduta ética, técnica e científica para compartilhar informações relevantes acerca do caso clínico, respeitando sempre o sigilo do paciente; reuniões multiprofissionais; administrativas; resposta a pedidos de consultas ; atividades de ensino; entre outras. Por se tratar de um hospital geral, o HULW conta com variadas clínicas e setores que possuem dinâmicas diversas, neste sentido, realizar uma padronização das atividades do setor de psicologia se mostrou importante para a unificação das ações, dando uma singularidade a este setor.