Os emagrecedores incluem diversas substâncias que visam à redução de peso e que necessitam de acompanhamento especializado, pois oferecem sérios riscos à saúde do usuário. Diante das pressões socioeconômicas e culturais associadas aos padrões estéticos atuais e a crescente ênfase relacionada à magreza, surge uma maior procura por resultados rápidos e satisfatórios, favorecendo o uso recorrente de substâncias emagrecedoras. Devido ao ganho de autonomia, às pressões de grupo e à autocobrança, a população universitária apresenta um alto índice de insatisfação corporal e estão mais propensos a utilizar essas substâncias. Uma vez que esta prática pode acarretar sérios prejuízos à saúde e que entre os cursos da área de saúde, Farmácia é o curso no qual são formados profissionais para dispensar medicamentos, orientar em relação à automedicação e prevenir o uso abusivo dos medicamentos, evidencia-se a importância deste estudo nesta população. O objetivo deste trabalho foi avaliar o uso de substâncias emagrecedoras por estudantes do curso de farmácia em uma instituição de ensino superior no município de João Pessoa-PB.
Teve como amostra 39 estudantes do curso de farmácia da Universidade Federal da Paraíba- Campus I. A coleta de dados foi realizada, no período de novembro de 2016 a fevereiro de 2017, de forma aleatória conforme a demanda espontânea e disponibilidade dos estudantes em responderem o questionário. O instrumento utilizado foi um questionário semiestruturado, composto por 30 questões, das quais 12 eram subjetivas e 18 objetivas, no qual foram avaliadas variáveis socioeconômicas e dados referentes à utilização de substâncias emagrecedoras. Destes estudantes, 33,3% afirmaram ter feito uso de substâncias emagrecedoras. A maioria foi do gênero feminino (53,9%), com idade entre 18 a 21 anos (61,5%), solteiros (84,6 %), e sem renda própria (61,5%). Houve maior prevalência no uso de termogênicos com 41,2%, seguido de plantas medicinais com 35,3% e medicamentos com 23,5%. Dentre os medicamentos, foi observada a predominância no uso de fluoxetina (40%), fitoterápicos, anfepramona e hormônios tireoidianos, ambos com 20%. Apenas uma pequena parte de estudantes mencionou o uso desses compostos com indicação de um profissional especializado: médicos e nutricionistas com 15,4% cada, ao passo que 69,2% utilizaram essas substâncias por indicação de amigos ou automedicação. Verificou-se que o uso de emagrecedores é recorrente entre os estudantes de farmácia e que uma parte destes não possuía necessidade clínica para uso. Foi observado o uso de substâncias não indicadas para a perda de peso e que a maioria dos usuários recebeu indicações para uso de pessoas que não eram profissionais especializados. Deste modo,são necessários ações que reforcem para a população os riscos graves associados a práticas inadequadas com emagrecedores.