O presente trabalho tem como objetivo compreender o suicídio enquanto um fenômeno sócio-histórico, e não apenas através dos reducionismos biológicos, psicológicos e psiquiátricos. O suicídio é considerado um assunto de saúde pública, sendo a terceira causa de morte mais comum entre as pessoas que possuem entre 15 a 44 anos. O suicídio é um ato intencional de um sujeito para aniquilar sua própria vida. O ato suicida é caracterizado por ser a lesão causada independente de seu grau de intenção, compreendendo as tentativas de suicídio. A ideação suicida está incluída no comportamento suicida, o qual inclui também a t(entativa de suicídio e o suicídio consumado. O Mapa da Violência de 2014 trouxe a informação que no Nordeste houve um aumento de 51,7% do número de suicídios, com destaque ao estado da Paraíba por ter duplicado os números de suicídios. A Paraíba teve um aumento de 122,5% nos suicídios durante os anos de 2002 a 2012 e também teve um acréscimo em 109,7% nos suicídios de jovens neste mesmo período, liderando novamente o ranking entre os estados. Nesse sentido, o aumento expressivo de ocorrências deste fenômeno tão complexo fez com que surgisse a necessidade de falar sobre o suicídio, uma vez que o tema não possui a determinada atenção em virtude do tabu que existe ao se falar em morte e na tentativa de se evitar que ocorra o Efeito de Werther, a imitação do comportamento e ato suicida. Dessa forma, são analisadas abordagens das Ciências Sociais e da Psicologia, a fim de compreender os determinantes sociais que estão presentes na manifestação do suicídio. A investigação dos determinantes do suicídio deve considerar o papel da sociedade nesse fenômeno, ao avaliar os seus aspectos sócio-econômicos e culturais. O fenômeno suicídio deve ser tratado conforme a sua complexidade e sua dimensão sócio-histórica, a fim de que sejam levados em consideração os contextos que ensejaram a sua causa e não apenas a perspectiva biológica/psicológica/psiquiátrica. Tais perspectivas reducionistas geram a medicalização excessiva e a patologização da vida cotidiana. Nesse sentido, conclui-se que é preciso questionar as verdades e os conhecimentos hegemônicos, a fim de desconstruí-los, para que os psicólogos possam se reconhecer enquanto profissionais alinhados com a perspectiva do compromisso social, preocupados com a promoção e a criação de estratégias que objetivem mudanças e transformações nas relações sociais opressoras que se constituem causas determinantes do suicídio.