O Quantitative susceptibility mapping (QSM) é uma técnica recente que tem se mostrado bastante promissora para auxiliar o diagnóstico e o tratamento da Doença de Parkinson (DP) precoce em virtude da sua sensitividade às variações dos níveis de ferro, sendo capaz de atuar como biomarcador em distintos aspectos da doença. O diagnóstico clínico da DP, fundamentado em sintomas e boas respostas à levodopa, pode ser direto, embora possa acontecer já em estados tardios da doença. Assim, esta revisão visa apresentar um panorama consistente a partir de duas perspectivas complementares: uma metodológica focada nas novas abordagens do QSM como um biomarcador da DP; seguida por uma perspectiva clínica, a partir da análise de 12 artigos selecionados após buscas nas bases de dados Scientific Eletronic Library Online (Scielo), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline). Como resultados, pelo mapeamento total do cérebro, evideciou-se que o QSM é um biomarcador importante da DP precoce pelo fato da distribuição espacial das alterações de QSM da DP ser compatível com os valores do hipometabolismo da glicose e da patologia de Levy, característicos do desenvolvimento da doença. Vários estudos a partir do QSM foram capazes de sondar a integridade da substância negra e, como o QSM se demonstrou superior aos protocolos convencionais de imagem por ressonância magnética na representação do núcleo subtalâmico e do globo pálido (p<0,01), indicou-se sua pertinência no planejamento pré-cirúrgico do tratamento da DP pela Estimulação Cerebral Profunda.