Os resíduos de serviços de saúde (RSS) são gerados por vários estabelecimentos de saúde e são considerados um problema de saúde pública no Brasil por apresentarem microorganismos que podem prejudicar a saúde da população e causar danos ao meio ambiente. No Brasil, normas da ABNT e regulamentos do SISNAMA e ANVISA classificam e determinam as diretrizes mínimas para o manejo e descarte dos RSS. Os resíduos químicos gerados a partir dos procedimentos odontológicos se enquadram no grupo B, sendo substâncias químicas que apresentam potencial risco à saúde pública e ao meio ambiente. Os principais resíduos químicos odontológicos são medicamentos vencidos ou quando tornarem-se impróprios para o consumo, efluentes radiográficos, resíduos de amálgama e lâminas de chumbo. Devido às suas periculosidades, faz-se necessário e importante um adequado gerenciamento dos resíduos químicos odontológicos, que garanta não só o cumprimento da legislação vigente, mas principalmente para diminuir os riscos à saúde da população em geral e preservação do meio ambiente. O presente trabalho tem o objetivo de realizar uma revisão de literatura a respeito da importância do conhecimento e práticas de gerenciamento dos resíduos químicos odontológicos, destacando seus potencias riscos e suas formas adequadas de manejo e descarte. Para a revisão bibliográfica sobre o tema em questão foram pesquisados artigos científicos nas bases de dados Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências e Saúde (Lilacs) e Scientific Library Online (Scielo). De acordo com a ANVISA, as diretrizes estabelecidas para o adequado gerenciamento e manejo dos RSS devem seguir as seguintes etapas: segregação, acondicionamento, identificação, transporte interno, armazenamento temporário, tratamento, armazenamento externo, coleta e disposição final. Moraes (2014) demonstrou que mais da metade dos cirurgiões-dentistas que participaram de seu estudo (51%) descartavam os efluentes radiográficos diretamente na rede coletora de esgoto ou em lixo comum. Resíduos de amálgama são acondicionados indevidamente em recipientes secos e descartados inapropriadamente junto aos resíduos perfurocortantes. Leal (2012) evidenciou em seu trabalho que parte dos cirurgiões-dentistas que participaram do estudo (26%) não tem conhecimento sobre o adequado acondicionamento e descarte dos resíduos de amálgama, acondicionando-os em recipiente algum e descartando-os em coletores de perfurocortantes e lixo comum. Pereira et al. (2015) mostrou em seu estudo que a maioria das respostas de estudantes de Odontologia foram corretas (76,8%) sobre o conhecimento do gerenciamento e descarte dos resíduos de amálgama. Entretanto, mesmo em pequena proporção (23,2%), a falta de conhecimento do correto descarte desses resíduos é preocupante. Leal (2012) concluiu que a maioria dos cirurgiões-dentistas (79,4%) faz descarte de efluentes radiográficos na rede coletora de esgoto, sem tratamento prévio. Por fim, pode-se afirmar que os resíduos químicos odontológicos, devem ser preocupações constantes para os cirurgiões-dentistas, observando seus potencias tóxicos e lesivos para a população e ambiente. É de grande importância a existência de ações que promovam a conscientização e capacitação das equipes de saúde bucal acerca do adequado gerenciamento dos resíduos químicos odontológicos a fim de garantir a biossegurança e prevenir de riscos para população.