Introdução: A hanseníase é uma doença negligenciada de elevada magnitude no Brasil, que ocupa o posto de único país do mundo que ainda não conseguiu eliminar a doença como problema de saúde pública. É doença infecciosa crônica que tem afinidade pela pele e nervos periféricos, com alto potencial incapacitante, sobretudo em populações mais vulneráveis, como é o caso dos menores de 15 anos. O município de Juazeiro, Bahia, é uma das 40 cidades prioritárias para intervenção no país. Objetivo: Analisar o comportamento temporal dos indicadores de monitoramento e avaliação da qualidade dos serviços de Hanseníase no município de Juazeiro. Métodos: Estudo ecológico de séries temporais. Foram incluídos todos os casos novos de hanseníase diagnosticados no município, entre os anos de 2003 e 2012. Foram calculados os indicadores de monitoramento e avaliação da qualidade dos serviços de hanseníase, conforme preconiza o Ministério da Saúde. Para análise de tendência foi aplicado o modelo de regressão linear. As tendências foram classificadas em estacionária, crescente e decrescente. Resultados: A tendência estacionária foi identificada nos indicadores coeficiente de detecção geral e em menores de 15 anos e proporção de indivíduos com grau de incapacidade física avaliada. A tendência crescente foi observada nos indicadores de proporção de contatos examinados e proporção de recidivas. A tendência decrescente foi observada na proporção de abandono. Pode-se associar os bons resultados encontrados a ação efetiva das Unidades Básicas de Saúde, assim como expansão das equipes no município estudado. Conclusão: Os indicadores de magnitude demonstraram tendência estacionária, expondo que a doença ainda está longe de ser vencida. Os bons indicadores de avaliação da qualidade apresentados tendem a se manter ou a melhorar, evidenciando os esforços no enfrentamento ao problema.