Pé diabético é o termo empregado para nomear as diversas alterações e complicações ocorridas, isoladamente ou em conjunto, nos pés e nos membros inferiores dos diabéticos. Uma vez instalada a lesão, ela deve ser tratada com o objetivo de prevenir amputações por meio do controle dos níveis glicêmicos e terapia tópica, que visa manter a úlcera limpa, úmida e coberta, favorecendo o processo de cicatrização. Entretanto, o pé diabético frequentemente se relaciona à contaminação por bactérias Gram-positivas nos tecidos superficiais e bactérias Gram-negativas nos tecidos profundos, provocando infecção e retardando a cicatrização. Com o intuito de combater a proliferação bacteriana no leito de feridas cutâneas foram desenvolvidos pelo mercado, curativos com liberação sustentada de prata que possui comprovada ação antimicrobiana, dentre eles destaca-se a espuma não adesiva com prata, que também possui ação absortiva. Mediante o exposto, pretende-se relatar o uso da espuma não adesiva com prata no tratamento de um paciente com pé diabético infectado e com perfusão periférica diminuída. Trata-se de um estudo descritivo, com suporte em relato de experiência, proveniente da vivência de um estágio extracurricular em uma clínica de enfermagem especializada no tratamento de feridas. O estudo foi direcionado para um paciente com pé diabético, submetido a tratamento com espuma não adesiva com prata, levando em consideração a evolução da lesão antes e após a aplicação dessa cobertura. A coleta de dados foi efetuada por meio do prontuário do paciente e registro fotográfico em máquina digital, tendo as fotos do início e do decorrer do tratamento. Inicialmente a lesão apresentava aproximadamente 12cm2 de diâmetro, com sinais característicos de infecção moderada, apresentando exsudato serosanguinolento, tecido necrótico de coagulação, bordas irregulares, pele perilesional hiperemiada e ausência de pulso pedioso e tibial, sendo classificado de acordo com o “Sistema de Classificação de Ferida Diabética da Universidade do Texas” como uma ferida no estágio D e grau I, descrita como ferida superficial não envolvendo estrutura óssea e articular e presença de infecção e isquemia. Após a última troca de curativo observou-se redução de 100% da área lesada com manutenção da pele íntegra, recoberta de tecido de epitelização, sem maceração, passando para o estágio C e grau 0, que se refere à lesão pós-ulcerativa completamente epitelializada e com presença de isquemia. Os resultados encontrados foram relevantes para a prática clínica, pois possibilitou a comparação do tratamento com e sem a utilização da espuma não adesiva com prata, evidenciando a eficácia dessa cobertura no tratamento do pé diabético, sendo obtido fechamento da lesão na realização de apenas 12 curativos, mesmo tendo fatores de complicação tais como, isquemia e infecção. Esse desfecho tornou possível a melhora da qualidade de vida do paciente por minimizar suas limitações funcionais.