INTRODUÇÃO: O câncer de próstata trata-se do segundo câncer mais frequentemente diagnosticado e a sexta causa principal de morte em homens de todo o mundo, sendo o câncer prostático letal considerado incurável e sua prevenção corresponde a um grande desafio para a saúde pública. No entanto, estudos têm mostrado a eficácia do consumo de café em relação ao risco do desenvolvimento desse tipo de doença. Tendo em vista a escassez da procura sobre o tema no Brasil, bem como a alta taxa de letalidade de homens por câncer de próstata no mundo, faz-se necessária a construção de maiores debates a respeito da possível relação do café, um produto tão consumido no País, com a prevenção do câncer de próstata letal, considerando o possível impacto dessa comprovação no âmbito científico. Este trabalho objetiva, portanto obter um panorama da situação atual relativa a essa temática e estabelecer uma perspectiva para o futuro dos debates, visando contribuir com ações que favoreçam o fortalecimento da discussão. METODOLOGIA: Foi realizada revisão bibliográfica dos trabalhos publicados de 2008 a 2017, sobre os efeitos do café na prevenção do câncer de próstata metastático, na base de dados Medline. Foram utilizados os termos café; câncer de próstata; prevenção. A pesquisa foi restrita a artigos com texto completo disponível. Ao final, 13 artigos foram selecionados para revisão. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Constatou-se que a maior parte dos estudos foi realizada nos Estados Unidos, sendo o Brasil um país com poucos trabalhos relacionados a conexão entre o café e o menor risco de desenvolvimento do câncer de próstata letal. Dado os artigos analisados, quase todos chegaram à conclusão da existência de uma relação benéfica entre o consumo de café e o risco de redução de câncer de próstata letal, de forma dose-dependente, devido à presença de fitoquímicos no fruto. Porém, não se sabe ainda acerca do papel da cafeína em uma função anticancerígena. Somando-se a isso, pesquisas notaram a função dos fitoquímicos presentes no café, que exercem funções anti-inflamatórias, antioxidantes e, possivelmente, anticancerígenas, encontrando-se potencial de menor risco de cancros de mama pós-menopausa e câncer de próstata avançado, assim como de menor probabilidade de reincidência em sobreviventes da doença. Ademais, estudos trouxeram a ideia de que outros fatores envolvidos no câncer podem contribuir para o desenvolvimento do mesmo ou a diminuição do risco do câncer de próstata letal, tais como: genética, tabagismo, alcoolismo, diabetes tipo 2, hábitos de vida, dentre outros. CONCLUSÕES: Foi possível o estabelecimento da associação entre o café e a prevenção do câncer de próstata letal. Além disso, há indícios da conexão positiva entre o consumo do café e diversas doenças. Entretanto, os pesquisadores devem levar em conta as causas multifatoriais envolvidas no processo oncológico, a fim de evitar viés nas pesquisas, evitando conclusões equivocadas. Por fim, são necessários mais estudos sobre o tema, sobretudo no Brasil, considerando a escassez de trabalhos relacionando o café com a diminuição do risco de câncer prostático letal.