Define-se IC como uma síndrome clínica complexa de caráter sistêmico, com disfunção cardíaca que ocasiona inadequado suprimento sanguíneo para atender necessidades metabólicas tissulares, na presença de retorno venoso normal, ou fazê-lo somente com elevadas pressões de enchimento. Diante do exposto, o objetivo desse estudo é descrever as peculiaridades da insuficiência cardíaca no idoso. Trata-se de uma pesquisa descritiva-exploratória utilizando revisão sistemática, que se constitui numa forma de síntese dos resultados de trabalhos científicos relacionados com um problema específico. A coleta de dados foi realizada no período de março a abril de 2013, no acervo da biblioteca da Universidade Federal da Paraíba – UFPB do município de João Pessoa e através da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) no qual utilizou-se os seguintes descritores em saúde: doenças crônicas, insuficiência cardíaca, idoso associados pelo operador booleano AND. Os dados foram analisados de forma descritiva, com apoio de todo acervo bibliográfico encontrado e pertinente ao assunto.A insuficiência cardíaca (IC) é uma doença grave, com alta incidência e prevalência na população geriátri­ca. No Brasil, a IC é a terceira maior causa total e a primeira entre as doenças cardiovasculares de internação pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em pacientes acima de 65 anos de idade. O processo de envelhecimento traz modificações celulares e moleculares no miocárdio e nas artérias, o número de células diminui, há um aumento de fibrose, uma diminuição de fibras elásticas e um aumento de fibras colágenas. As valvas cardíacas, principalmente aórtica e mitral, tornam-se espessadas e calcificadas, podendo alterar seus fechamentos. As artérias ficam mais rígidas e menos complacen­tes, aumentando a sobrecarga mecânica no coração. O miocárdio também fica mais rígido, com leve hipertrofia e fibrose intersticial. A velocidade do enchimento ventricular diminui e compromete o débito cardíaco diante de uma situação em que ocorrem taqui­cardia e/ou perda da contração atrial. O diagnóstico da IC estabelecido pelas manifestações clínicas é difícil e impreciso, sobretudo na população geriátrica. Nos idosos, a sobreposição entre alterações cardiovasculares próprias do envelhecimento e processos patológicos pode dificultar a correta interpretação dos sintomas e sinais clínicos de IC. Diante do exposto, conclui-se que, é necessário o conhecimento da fisiologia e das alterações cardiovasculares que o processo de envelhecimento desencadeia, provocando enfermidades como a IC que vem crescendo em números consideráveis, atingindo cada vez mais a população idosa, revelando-se um desafio para a saúde pública devido ao seu grau de incapacitação e comprometimento das atividades diárias, afetando a qualidade de vida do idoso, além de onerosos gastos em saúde para manutenção e reabilitação de uma doença sem cura.